Publicado em 29 de março de 2021 às 18:38
- Atualizado há 5 anos
Os bancos emprestaram R$ 313,9 bilhões em fevereiro, volume 6% maior que no mês anterior. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (29) pelo BC (Banco Central).>
Para as famílias houve crescimento de 6,5% e para as empresas, de 4,7% no período.>
As variações são registradas com ajuste sazonal, que retira peculiaridades do período, como número de dias úteis a mais ou a menos, para facilitar a comparação.>
No mês, o uso do cartão de crédito à vista pelas famílias, quando o cliente paga o valor total da fatura, diminuiu 2,5%. Houve queda também no rotativo não regular, quando o usuário paga abaixo do mínimo, de 10,7%.>
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O cartão de crédito parcelado, no entanto, cresceu 9,5%. Houve alta também no cheque especial de 1,2%.>
Para empresas, as concessões para capital de giro cresceram 24,4% em fevereiro. Modalidades ligadas ao consumo, que precisam das vendas para gerar garantia, também aumentaram. Os descontos de duplicatas tiveram alta de 10,6% e a antecipação de recebíveis (compras à prazo), de 10,5%.>
No acumulado dos 12 meses, os empréstimos cresceram 3,1%.>
O saldo de crédito, que contabiliza toda a carteira do sistema financeiro, permaneceu superior a R$ 4 trilhões em fevereiro, com crescimento de 0,7% no mês. Em 12 meses, houve elevação de 22,9%.>
Segundo o BC, a alta no mês foi puxada por crédito pessoal e no acumulado dos 12 meses, por aquisição de veículos e composição de dívidas -quando o cliente negocia e transforma várias dívidas em uma só.>
Para as empresas, a alta foi puxada principalmente por linhas para capital de giro nos 12 meses.>
"No ano passado tivemos um aumento forte no saldo de composição de dívidas porque as pessoas foram incentivadas a renegociar. No início da crise, tivemos alta nas linhas de capital de giro de curto prazo. As empresas tomaram crédito para garantir dinheiro em caixa", disse o chefe do departamento de estatísticas, Fernando Rocha.>
Em fevereiro, a taxa média de juros dos empréstimos caiu 0,3 ponto percentual, para 19,8% ao ano. Em 12 meses, a queda foi de 3,2 pontos.>
Com a alta de 0,75 ponto percentual da Selic e a sinalização de elevação na mesma intensidade em maio, as taxas de juros de empréstimos também devem subir.>
"A taxa básica define um padrão para as outras taxas de juros, então a tendência é de alta", destacou Rocha.>
O spread, diferença entre a taxa de captação dos bancos e o que eles cobram em empréstimos, ficou em 15,6 pontos percentuais, redução de 0,2 ponto no mês e 2,9 pontos em 12 meses.>
A inadimplência alcançou 2,3%, crescimento de 0,2 ponto em relação ao mês anterior. Para Rocha, ainda não dá para avaliar se os calotes vão aumentar nos próximos meses.>
"Vimos um crescimento no mês, mas em janeiro a inadimplência estava em seu menor patamar. Houve uma alta pontual, em créditos direcionados", afirmou.>
Nas operações com recursos livres, os calotes ficaram estáveis em 2,9%. Nas operações com recursos direcionados (com subsídio do governo), o indicador subiu 0,2 ponto e ficou em 1,3%.>
A avaliação do BC é que, na pandemia de Covid-19, a inadimplência caiu por causa do auxílio emergencial e das renegociações das parcelas de empréstimos promovidas pelos bancos durante a pandemia.>
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