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BNDES vai lançar fundos de R$ 5 bi para fomentar mercado de capitais

BNDES vai lançar fundos de R$ 5 bi para fomentar mercado de capitais

Banco de fomento entrará com até metade do patrimônio, que será complementado por investidores privados

Publicado em 4 de maio de 2018 às 15:02

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Prédio do BNDES. (Mônica Imbuzeiro)

O BNDES vai lançar este ano fundos de investimento com patrimônio total de mais de R$ 5 bilhões cujo objetivo será fomentar o mercado de capitais, informou nesta sexta-feira Eliane Lustosa, diretora do banco. A ideia é que o BNDES atue como "âncora", selecionando ativos e gestores e entrando com até metade dos recursos, enquanto investidores privados - incluindo fundos de pensão - complementarão o restante da carteira. Os fundos terão em seu portfólio tanto ações de empresas como títulos de dívidas (debêntures).

— O presidente Dyogo (Oliveira) colocou como prioridade iniciativas que permitam trazer o mercado de capitais junto. A ideia é que, até o fim do semestre, a gente já tenha lançado, sobretudo via fundos, alternativas para ancorar iniciativas que atraiam o setor privado. Nosso papel será ancorar e catalisar investimentos privados. Escolheremos a iniciativa e vamos poder subscrever até 50% do investimento — disse a diretora de mercado de capitais do banco de fomento, após participar de evento sobre Fundos de Investimentos em Participações (FIP) organizado pela gestora Vinci Partners no Copacabana Palace, na Zona Sul. — O banco investe, cumpre seu papel e depois vende. E a ideia é utilizar esses recursos para criar outras iniciativas, recomeçando do zero. É um ciclo virtuoso que queremos estimular.

A primeira iniciativa dentro dessa estratégia é um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) que aplica em títulos de dívidas emitidos por empresas que atuam com energia renovável. O fundo, que está em fase final de lançamento, terá patrimônio de R$ 500 milhões, será gerido pela Vinci e terá entre seus maiores cotistas a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. O BNDES aportou menos da metade dos recursos. O fundo terá a chancela da "Climate Bonds Initiative", organização que busca disseminar investimentos sustentáveis pelo mundo.

— Ele vai financiar projetos de energia renovável com dívida privada. O mercado de debêntures precisa ter mais liquidez. Muita gente não entra porque não tem liquidez, e ela não existe por causa da falta de novos projetos no mercado — explicou Eliane. — E o bom foi que os fundos de pensão compraram a ideia.

De acordo com a diretor da BNDES, o banco também está finalizando a captação de duas iniciativas de "venture capital" (investimento em empresas nascentes inovadoras, como start-ups). Um outro fundo, em processo de captação, terá foco em "venture debt", que é a aposta em títulos de dívidas emitidos por esse segmento.

Para financiar essas iniciativas, o BNDES usará recursos obtidos com a venda de participações em empresas que considera maduras. No ano passado, segundo Eliane, o banco se desfez de R$ 7 bilhões em ações. Este ano, já ocorreram vendas entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões, contou Eliane. O BNDES conseguirá ainda R$ 8,5 bilhões com sua saída da Fibria, que se unirá à rival Suzano. O negócio foi anunciado em março e está em fase de conclusão.

— Se cumprimos o nosso papel, se a empresa já consegue se financiar sozinha, nós podemos sair. Todas as “blue chips” (principais empresas da Bolsa, como Petrobras e Vale) podem ser passíveis de desinvestimento. Só não vamos abrir agora o preço nem quando faremos a venda — acrescentou.

Segundo a diretora, o BNDES criou um departamento independente com a missão de estipular o valor justo de suas participações em empresas:

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— Já sabemos o preço justo de tudo.

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