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Aposentadoria especial para agente de saúde avança, com impacto para contas da União

Aposentadoria especial para agente de saúde avança, com impacto para contas da União

Essas regras ainda podem mudar até a aprovação -a aposentadoria sem idade mínima, por exemplo, foi extinta pela reforma da previdência para as profissões civis

Publicado em 13 de junho de 2025 às 10:52

Agência do INSS, Beira Mar
A PEC determina que eles terão direito a aposentadoria integral, com paridade para os salários dos trabalhadores da ativa, após 25 anos de atuação exclusiva na função Crédito: Ricardo Medeiros

A Câmara dos Deputados deu andamento a uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que cria aposentadoria especial para agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias e uma carreira para a categoria, com custos bancados em parte pela União. A iniciativa, com forte apelo eleitoral, ganhou força mesmo com a cobrança dos congressistas para que o governo Lula (PT) adote uma agenda de corte de gastos e críticas ao pacote de aumento de impostos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Os deputados, no entanto, instalaram na terça-feira (10) uma comissão especial para discutir e elaborar um parecer sobre a PEC que garante benefícios para as duas numerosas categorias, que têm quase 400 mil trabalhadores prestando serviços para o SUS (Sistema Único de Saúde). A PEC determina que eles terão direito a aposentadoria integral, com paridade para os salários dos trabalhadores da ativa, após 25 anos de atuação exclusiva na função.

Essas regras ainda podem mudar até a aprovação -a aposentadoria sem idade mínima, por exemplo, foi extinta pela reforma da previdência para as profissões civis. A criação da comissão foi determinada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em abril e a instalação ocorreu nesta terça-feira. O colegiado será comandado por diversos líderes partidários. O presidente será o líder do PP, doutor Luizinho (RJ), e o vice será o líder do União Brasil, Pedro Lucas Fernandes (MA). O líder do PSD, Antonio Brito (BA), será o relator.

Além da aposentadoria especial, a PEC propõe a contratação, como servidores públicos, de todos os agentes que já trabalham no SUS (Sistema Único de Saúde) no regime especial e a criação de um plano de carreira. O texto ainda determina que o governo federal terá que suplementar os recursos necessários para que estados e municípios cumpram o piso salarial da categoria.

Autor da PEC, o ex-deputado Dr. Leonardo (Solidariedade-MT) defendeu na justificativa do texto que a proposta fará uma "reparação do Estado aos anos de negligência com os direitos desses trabalhadores" e permitirá o direito a parcelas remuneratórias "como a insalubridade, a periculosidade e o auxílio transporte" e que se "reconheça o direito a uma aposentadoria especial e exclusiva" para a função. O projeto já passou pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara ano passado, com apoio de todos os partidos, com exceção do Novo, que criticou o impacto do texto para as contas públicas.

A proposta não apresenta estudo com o impacto financeiro das medidas. Segundo líderes partidários, o texto deve ser alterado na comissão para diminuir o efeito nas contas públicas, mas a intenção é aprova-lo. Parte dos benefícios ainda dependerá depois de um projeto de lei para ser regulamentado. A reportagem apurou que a equipe econômica do governo vê com preocupação o andamento da matéria, que ganha apelo entre os parlamentares com a proximidade do período eleitoral. Por se tratar de uma PEC, o governo não pode vetá-la, e cabe ao Congresso a promulgação.

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