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Adriano Scopel é preso em operação contra adulteração de combustíveis

Adriano Scopel é preso em operação contra adulteração de combustíveis

Ação foi deflagrada pelo Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc) em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)

Publicado em 3 de dezembro de 2018 às 15:40

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(Ricardo Medeiros | GZ | Arquivo)

Os empresários Adriano Scopel e Franscisco Calezani, dono de uma distribuidora de combustíveis, foram presos na manhã desta segunda-feira (03) em uma operação para desarticular uma organização criminosa que atua no setor de combustíveis do Espírito Santo. Além de Scopel e Calezani, foram cumpridos outros 23 mandados de prisão, mas os presos ainda não tiveram seus nomes divulgados.

A ação foi deflagrada pelo Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc) em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES). 

USO DE SOLVENTE PROIBIDO

A operação visa a desarticular uma organização criminosa no setor de combustíveis. Segundo as investigações, o grupo tinha atuação voltada na fabricação clandestina, distribuição ilegal e comercialização de combustível adulterado. A gasolina comercializada pelo grupo era "batizada" com um solvente de uso proibido, com o objetivo de diluir mais o produto e, assim, obter mais lucro. Além disso, também foi detectado uso excessivo de água e etanol na composição da gasolina.

PREJUÍZO AOS CONSUMIDORES

O combustível adulterado era vendido no ES, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso. Quem abasteceu nos postos envolvidos teve prejuízos como gasto maior, pois o combustível adulterado acaba mais rápido, além de possíveis danos no motor do veículo. A operação também apura a participação de usinas e postos no esquema.

Com informações da TV Gazeta

FRAUDES FISCAIS

Além da adulteração, existiam as fraudes de ordem fiscal, o que gerou excessivos prejuízos aos cofres públicos e aos consumidores que compravam esse combustível sem saber.

A operação consiste no cumprimento simultâneo de 17 mandados de prisão preventiva, oito mandados de prisão temporária e 45 mandados de busca e apreensão nos Estados do Espírito Santo e de São Paulo, expedidos pela 5ª Vara Criminal da Serra/ES, além da efetivação do bloqueio de bens e ativos produto dos crimes investigados.

A OPERAÇÃO

A operação, batizada de "Lídima", conta com o apoio do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MPES (NI-AMMP), da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Polícias Civis dos Estados de São Paulo e Espírito Santo, bem como da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz-ES) e Receita Federal do Brasil.

Participam da operação no Estado quatro delegados capixabas, cinco promotores de Justiça do Gaeco, 84 policiais civis capixabas, oito peritos oficiais criminais, 23 policiais militares da Assessoria Militar do MPES, 16 policiais militares com viaturas caracterizadas das unidades da PM. A ação também conta com oito fiscais da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), 28 auditores da Sefaz-ES e 07 profissionais da Receita Federal, além de equipes da Polícia Civil do Estado de São Paulo que nesse momento se dedicam às buscas naquele Estado.

Mais informações sobre a organização criminosa serão repassadas em coletiva de imprensa na tarde desta segunda. Ainda não há informações sobre presos durante a operação.

O OUTRO LADO

Abordado pela equipe da TV Gazeta no local onde foi preso, o empresário Franscisco Calezani não quis comentar a prisão. A reportagem tenta contato com o advogado de Adriano Scopel.

HISTÓRICO DE CONFUSÕES

Essa não é a primeira vez que Adriano Scopel se envolve em problemas com a Justiça. O empresário já foi condenado por importar veículos ilegalmente e suspeito de agredir mulheres.

2006 - Agressão à dentista

Em 2006, Adriano Scopel foi acusado pelo Ministério Público Estadual, de ter agredido uma dentista após uma briga de trânsito na Mata da Praia, em Vitória. As agressões aconteceram dentro do prédio onde a vítima morava, e foram foram flagradas pelo circuito interno de TV do edifício. Nas imagens, um rapaz com características físicas semelhantes as de Adriano agride a mulher e o porteiro do prédio. Em 2009, o julgamento do caso chegou a ser marcado, mas foi adiado.

2012 - Condenado por importar motocicletas de luxo ilegalmente

Em 2012, a Justiça Federal condenou o empresário Adriano Mariano Scopel e mais duas pessoas pela prática do crime de descaminho - importar ou exportar mercadorias permitidas sem respeitar a legislação tributária. De acordo com a ação penal do Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF-ES), os três teriam utilizado declarações de importação fraudulentas para nacionalizar motocicletas de luxo e assim pagar menos impostos, já que os preços registrados nos documentos eram inferiores ao custo real dessas mercadorias no exterior.

Adriano Scopel foi condenado a três anos, cinco meses e 20 dias de reclusão, mas a pena privativa de liberdade foi substituída por duas penas restritivas de direitos: prestação pecuniária à entidade filantrópica no valor de 200 salários mínimos e prestação de serviços à comunidade.

2018 - Agressão à esposa

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Em junho, a cantora Taiana França, de 25 anos, denunciou uma série de ameaças e agressões partidas do marido, o empresário Adriano Scopel, de 39 anos. O estopim para a denúncia foi uma agressão física, que teria acontecido na frente de cerca de 30 pessoas, durante uma festa surpresa que a vítima organizou na casa onde o casal vivia, na Mata da Praia, em Vitória.

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