Publicado em 19 de agosto de 2025 às 19:40
A violência contra mulher nem sempre começa com um tapa. Ela pode começar de maneira silenciosa, sorrateira e em forma de gestos e palavras. Frases que agridem a autoestima feminina, alimentam a dependência emocional e afetam diretamente a saúde mental de diversas vítimas no Brasil e no mundo. Violências que, muitas vezes, não são percebidas, até que se chega à agressão física e ao feminicídio. >
Sancionada em agosto de 2006, a Lei Maria da Penha busca proteger mulheres dessa violência que, em muitos casos, é doméstica e acontece no ambiente familiar. De lá para cá, a legislação avançou e, hoje, além de dispor de diferentes canais de denúncia, também conta com medidas protetivas para casos de urgência, e que, em muitos casos, podem salvar vidas. >
Sobrevivente e, hoje, ativista na luta pela garantia dos direitos femininos e proteção à mulher, Marciane Pereira dos Santos foi vítima de uma tentativa de feminicídio pelo ex-marido, motivado por ciúmes. Ela conta sua história no primeiro episódio da websérie “Todas Elas - Agosto Lilás”, oferecido pela Secretaria de Estado das Mulheres (SESM) e apresentado pela jornalista Elaine Silva. >
“Ele ateou fogo em mim com um líquido inflamável. A dor era insuportável. No desespero, eu corri e me deitei no chão, gritando por socorro. Minha sobrinha agiu rápido, apagando o fogo e jogando água em mim, mas eu ainda podia sentir meu cabelo queimando. Quando soube que havia perdido uma perna, uma mão e uma orelha, senti uma grande tristeza, mas não me desesperei, pois o que eu mais queria era viver”, relata. >
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Para a defensora pública e coordenadora de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres, Fernanda Prugner, a violência contra a mulher é um fenômeno complexo e qualquer uma pode ser vítima. “A Lei Maria da Penha é considerada a terceira melhor lei pela Organização das Nações Unidas (ONU). Ela prevê instrumentos protetivos com diferentes medidas como o aluguel social, a prioridade de transferência de matrículas escolares para esses dependentes, emprego e o mais importante: uma rede integrada de atendimento”, explica. >
Essa ajuda pode salvar vítimas que, em diversos casos, sofrem caladas na esperança de que o agressor mude. Por isso, o enfrentamento à violência contra a mulher precisa ser encarado como um problema coletivo para dar dignidade e liberdade de escolha para todas.>
Inclusive, o “Agosto Lilás” é o mês de conscientização sobre essas iniciativas de proteção da mulher.>
Se você conhece alguém ou está nessa situação, disque 190 ou 180 e procure uma das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher para fazer uma ocorrência. Caso não tenha nenhuma na sua região, também é possível registrar a queixa em uma delegacia tradicional. >
A solicitação de uma medida protetiva pode ser feita diretamente à Defensoria Pública, presencialmente ou por meio do formulário Click Delas, que pode ser acessado clicando aqui.>
No episódio acima você pode conferir mais informações sobre a Lei Maria da Penha e conhecer a história completa de Marciane Pereira dos Santos. >
“Peço às mulheres para não se calarem, para procurarem ajuda. Vão a uma delegacia, conversem com um vizinho, conversem com alguém de confiança. Não se calem, não sejam como eu fui. Se você tem chance de sair, saia. Não volte atrás”, finaliza. >
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