Acompanhe os bastidores da folia, conheça os personagens que fazem a magia acontecer e descubra curiosidades da festa que enche a ilha de cor e som com Any Cometti, comentarista do Carnaval de Vitória

O Espírito Santo e o Brasil estão em ebulição de carnaval - ainda bem!

Já nos encontramos nessa alegria fugaz, essa ofegante epidemia que se chama carnaval. A partir de agora, até fevereiro, é caminho sem volta pra folia. Que bom pra nós que amamos!

Vitória
Publicado em 08/01/2024 às 16h35
Arrastão do Império
A Rainha de bateria Rayane Rosa no Arrastão da Novo Império. Crédito: Fernando Madeira

No último fim de semana aconteceram os primeiros ensaios técnicos no Sambão do Povo. No próximo fim de semana, também vai ter. Teve arrastão de escola de samba descendo o morro no domingo. E daqui a duas semanas, em outro morro, outra escola, também vai ter. Terça-feira tem ensaio de bateria e quinta-feira também tem. Assim por diante, o sambista capixaba não vai mais descansar até o dia 4 de fevereiro, manhã pós-desfiles.

Um bálsamo para os amantes do samba. Uma época em que é vísivel a mudança de humor nos sambistas e nos amantes de carnaval. Tanto pela felicidade geral da época, quanto pela apreensão e nervosismo que antecedem a entrada da escola na avenida.

Fato é que não se tem mais descanso. Só nesta semana que virá, na terça (9), tem ensaio da Piedade com o Pega no Samba, na quadra do Pega; quinta-feira (11), tem ensaio de rua da MUG, na Glória, e ainda ensaio de quadra da Novo Império, em Caratoíra; Sexta (12) tem Noite dos Destaques na quadra da Boa Vista, em Itaquari; Sábado (13), Jucutuquara e Novo Império fazem o ensaio técnico no Sambão do Povo. Ufa!

Sabe quando aquele seu amigo gringo chega ao Brasil e você pensa imediatamente em levá-lo a uma escola de samba? Essa é a chance! Época excelente para quem não é do carnaval procurar e conhecer as agremiações - e, quem sabe, eleger uma escola do coração.

Arrastão do Império
Ritmista Caroline Aguiar toca agogô no Arrastão da Novo Império. Crédito: Fernando Madeira

Ofegante epidemia

Isso não é exclusividade de Vitória, já que os nossos dias de desfiles são uma semana antes do carnaval oficial. Pelo contrário. Quem acompanha Rio de Janeiro e São Paulo já sabe que, lá nas metrópoles, os ensaios técnicos, ensaios de rua e de quadra também estão a todo vapor.

Enquanto aqui em Vitória, no domingo passado, metade da cidade era arrastada do Alto Caratoíra até a quadra da Novo Império; e outra metade se apertava entre os portões do Parque Moscoso pra ver a Piedade ensaiar; lá no Rio a Mocidade Independente de Padre Miguel incendiava a Sapucaí com o ensaio técnico sob o enredo "Pede Caju que dou, Pé de Caju que dá". O samba - uma das músicas mais ouvidas do Rio de Janeiro em uma plataforma de streaming - está "furando a bolha", ou seja: saindo do mundo das escolas de samba e dos amantes do carnaval para ganhar os braços do povo.

Um fenômeno que, na conclusão dos desfiles, poderá se tornar parecido com o que aconteceu com sambas antológicos como "O Amanhã" e "É Hoje", da União da Ilha; "Peguei um Ita no Norte", do Salgueiro, do popular verso "Explode coração / na maior felicidade"; e o mais recente "Histórias Para Ninar Gente Grande", da Mangueira em 2019.

Porta-bandeira da escola de samba Unidos de Jucutuquara
Porta-bandeira da escola de samba Unidos de Jucutuquara. Crédito: Carlos Alberto Silva

Por favor, vamos aplaudir as bandeiras!

Neste sábado (6), acompanhando e trabalhando no primeiro dia de ensaios técnicos deste carnaval, entendi que muitas pessoas não têm conhecimento sobre protocolos básicos que são desempenhados nas escolas de samba. Percebi que, ao serem abertas e apresentadas ao público, as bandeiras — tanto do Pega no Samba quanto a da Chegou o que Faltava — foram pouco aplaudidas, em diversos pontos da avenida.

Ora, se mestre-sala e porta-bandeira te apresentam o símbolo máximo da agremiação, é sua obrigação aplaudi-lo. Isso não é sobre gostar ou não gostar do casal, ou considerar belo ou não o bailado deles. É muito mais sobre a grandiosidade da escola de samba e sobre a história que o casal carrega nas mãos, reverencia, defende e apresenta ao público. Afinal, a bandeira representa a história de criação, o presente de construção e o futuro esperançoso de cada escola.

Por isso, neste carnaval, quando uma bandeira for aberta para o seu lado, aplauda. Não fique de braços cruzados, não vire as costas, não fique displicente no momento. Do seu canto, de longe, apenas aplauda. É educado, é respeitoso com o samba e é uma representação de amor à agremiação.

A Gazeta integra o

Saiba mais

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.