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Compra do Twitter por Elon Musk é muito mais que um negócio bilionário

Ela representa, pelo que sabemos, quase um xeque-mate no mundo da comunicação em redes sociais. Pode significar uma guinada em tudo que possuímos de robótica, redes sociais e humanização até hoje

Publicado em 28/04/2022 às 02h00
Twitter
Twitter: rede social agora tem um único dono. Crédito: Pixabay

Os últimos dias foram marcados por rumores e muitos movimentos no mercado após o anúncio da compra do Twitter por Elon Musk. Toda essa reação não se dá apenas em função da compra pelo homem mais rico do mundo, mas o que ela representa para o mundo da comunicação e do mercado. Tudo que se sabe até aqui é que trata-se muito mais do que uma compra, mas de uma ação estratégica e enfática que tende a mudar os cursos da rede social.

Para entender o significado disso tudo, precisamos ir ao fronte da rede: o Twitter vem sendo alvo e espaço de robôs de todo tipo. Na verdade, é uma rede social infestada de robôs. Volta e meia, quando se abre a rede, vê-se um perfil com zero seguidores, mas está lá, pleno para atacar quando for possível e conveniente. Funciona mais ou menos assim: vamos supor que tem assunto, por exemplo de política. A discussão começa, daí os robôs criados para enfrentar esse tipo de tema entram em campo para interagir, se envolver e “rebater”. São perfis fakes, mas que promovem envolvimento tal como se fossem pessoas.

A rede social comprada por Elon vem sendo muito criticada por ele há tempo, justamente por essa infestação de robôs, isso é tão verdade que assim que a compra foi efetuada por ele, logo disse: “A liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento e o Twitter é a praça da cidade digital onde assuntos vitais para o futuro da humanidade são debatidos".

O que ele promete com a compra da rede é que exterminará os robôs, os perfis serão verificados (todo mundo terá de ter selo azul), e que abrirá os algoritmos, ou seja, a receita do bolo, de como funciona a rede, bem como ela entrega o conteúdo ao usuário. Tudo para devolver à rede social a confiança e ainda mais: possibilitar que a rede seja de humanos e não de robôs. Mas para isso, a empresa deixará de ter capital aberto (as ações ficam disponíveis para compra e venda) e passará a ter capital fechado (ações são negociadas entre entes privados).

Para entender a forma de comunicação do Twitter, precisamos entender quase que de economia. Mas por quê? Vamos lá: querendo ou não querendo, os robôs possibilitam envolvimento. Quanto mais envolvimento se tem numa rede social, tanto mais ela ganha retenção e projeção no mercado, o que viabiliza a curva de ações e toda a dinâmica de capital aberto. Então ter robôs na rede social está interligado com o "money" que ela rende a partir do seu envolvimento e ações? O que você acha?

A compra do Twitter é mais que uma compra. Trata-se de uma mudança ou, que sabe, um luzeiro para o mundo da comunicação que enfrenta a desinformação no mundo digital, as fake news e seus efeitos colaterais. A compra do Twitter representa, pelo que sabemos, quase um xeque-mate no mundo da comunicação em redes sociais. Ela pode significar uma guinada em tudo que possuímos de robótica, redes sociais e humanização até hoje.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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