Crítico de cinema e séries, Rafael Braz é jornalista de A Gazeta desde 2008. É também colunista de cultura, comentarista da Rádio CBN Vitória e apresenta semanalmente o quadro Em Cartaz

O que o acordo entre Amazon e Disney significa para o consumidor?

Acordo tira produtos Disney da Netflix e os coloca no Prime Video até a chegada do Disney+ por aqui, em setembro de 2020

Vitória
Publicado em 02/10/2019 às 18h27
Atualizado em 02/10/2019 às 19h09

Na última terça-feira (01/10) muita gente se surpreendeu ao abrir o Prime Vídeo, serviço de streaming da Amazon, e se deparar com filmes e séries do catálogo da Disney. “Capitã Marvel”, lançado no início deste ano, estampava a capa da plataforma, enquanto outros filmes como os três primeiros “Toy Story”, “Wi-Fi Ralph: Detonando a Internet” e “O Retorno de Mary Poppins” também se encontravam disponíveis.

Mais tarde chegou o release dando ares oficiais à notícia: a Disney e a Amazon chegaram a um acordo para que o Prime Video distribua digitalmente os produtos Disney na América Latina até setembro de 2020. O release ainda garante que filmes mais recentes, como “Vingadores: Ultimato” e as versões live action de “Rei Leão” e “Alladin”, também estarão disponíveis. O que isso significa para nós, consumidores?

Bem, em primeiro lugar mostra que Disney declarou guerra à Netflix desde já, antes mesmo do lançamento de sua plataforma. A Disney+ deve chegar a Brasil, México e outros países da América Latina justamente em setembro do ano que vem. Enquanto isso, o ainda soberano serviço, além do catálogo da Disney, Pixar, Marvel etc. ficará desfalcado também de produções da Fox, que foi recentemente adquirida pela Disney. Isso significa, para o desespero geral da nação, que “Grey’s Anatomy” mudará de casa por aqui e o mesmo acontecerá com “How I Met Your Mother”, “American Horror Story” e “The Walking Dead”, entre outros. Alguns produtos já migraram e outros devem seguir o mesmo caminho em breve, assim que acabar o contrato vigente.

Star Wars

Uma observação importante é que os produtos “Star Wars” não foram citados em momento algum do comunicado à imprensa. Alguns filmes e séries ainda estão disponíveis na Netflix. Mas mais importante do que entender o que acontecerá com o que já passou na saga criada por George Lucas é entender o que acontecerá com o que virá. “The Mandalorian” tem sido vendido como o primeiro grande lançamento do Disney+.

A série que expande o universo “Star Wars” tem direção de Jon Favreau (“O Rei Leão”) e acompanhará as aventuras de um mandaloriano caçador de recompensas (como o Boba Fett). Ela será situada após “O Retorno de Jedi” na cronologia da saga. A questão é: será que o Prime Video receberá “The Mandalorian” junto com o lançamento do Disney+ nos EUA no próximo mês de novembro? E a nova temporada de “Star Wars The Clone Wars”, que estreia em fevereiro? Questionada, a assessoria não soube informar.

O lançamento simultâneo seria a única maneira de reduzir a pirataria da série, uma das mais aguardadas do ano, e aqueceria os fãs para a chegada oficial do serviço por aqui.

Ao Prime Video, esse contrato temporário será uma boa oportunidade de capitalizar e se preparar para quando os outros concorrentes de peso chegarem. A plataforma tem bom catálogo, mas um player problemático e pouca informação sobre lançamentos. Ainda, precisa se aproximar da concorrente no que ela faz de melhor, o contato com o assinante. Seu perfil oficial no Twitter, por exemplo, não posta nada há mais de um ano. No Facebook o cenário é melhor, mas ainda falta interação. Nos dias de hoje nem só de conteúdo se faz uma plataforma de streaming, e a Amazon precisa entender isso.

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