Crítico de cinema e apaixonado por cultura pop, Rafael Braz é Jornalista de A Gazeta desde 2008. Além disso é colunista de cultura, comentarista da Rádio CBN Vitória e comanda semanalmente o quadro Em Cartaz

Gal Gadot: "Mulher-Maravilha é faz de contas, 'Agente Stone' é real"

Em entrevista à coluna, Gal Gadot fala sobre Mulher-Maravilha e a compara a seu novo filme, "Agente Stone", que chega à Netflix dia 11. Atriz veio ao Brasil com Jamie Dornan e Alia Bhatt para divulgar o filme

Vitória
Publicado em 08/08/2023 às 16h11
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Gal Gadot no filme "Agente Stone". Crédito: Robert Viglasky/Netflix

“Agente Stone” é um filme de grandes ambições, um suspense de espionagem internacional, mas é também um filme de ação em busca de grandiosidade e relevância. Não é à toa que a Netflix tenha apostado tanto na campanha de divulgação do filme estrelado por Gal Gadot, uma atriz reconhecida mundialmente após viver a Mulher-Maravilha no universo DC. Além disso, a parceria da plataforma de streaming com a atriz isralense já rendeu o sucesso “Alerta Vermelho”, um dos filmes mais vistos da Netflix até hoje.

Em junho, Gal Gadot esteve no Brasil para divulgar “Agente Stone” durante o Tudum, evento global da Netflix realizado em São Paulo e conferido de perto por mim. Ao lado do ator irlandês Jamie Dornan (“50 Tons de Cinza”) e da atriz indiana Alia Bhatt (“RRR”), Gadot repetiu em uma mesa de entrevistas a parceria do filme que chega dia 11 de agosto ao streaming.

Apesar de todo esquema de segurança, dando a impressão de estarmos prestes a entrevistar um chefe de estado ou algo do tipo, a entrevista com Gadot, Dornan e Bhatt foi menos regrada do que a com Chris Hemsworth e Sam Hargrave (dupla de “Resgate 2”). Assim, nós, jornalistas, não fomos orientados a não perguntar sobre “Mulher-Maravilha”, por exemplo, mesmo que o foco da entrevista fosse divulgar “Agente Stone”.

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Alia Bhatt nas filmagens do filme "Agente Stone". Crédito: Robert Viglasky/Netflix

Na entrevista que você pode conferir abaixo, Gal Gadot, alvo de maior parte das perguntas, fala sobre “Agente Stone”, feminismo e Mulher-Maravilha. Jamie Dornan e Alia Bhatt também dão seus pitacos sobre os assuntos, além de falarem sobre as dificuldades de se realizar um filme de aspecto global durante a pandemia de Covid-19. Confira.

Você está estabelecida como uma heroína de ação. Acha que essas heroínas são representativas para garotas ao redor do mundo?

Gal Gadot - Me sinto muito agradecida e abençoada por ter a oportunidade de fazer esses papéis. Eu tenho três filhas e acho que é importante que elas se vejam representadas na TV ou nos cinemas com personagens que são poderosas, independentes, inteligentes… Claro que eu tenho menos músculos que Schwarzenegger (risos), mas nós fazemos de uma maneira diferente, com mulheres. Acho muito importante.

Agente Stone é seu filme mais ambicioso até hoje?

Gal Gadot - É um dos mais, definitivamente. Eu tive muita sorte de estar em grandes franquias e universos como "Velozes e Furiosos" e DC, como a Mulher-Maravilha. "Agente Stone" é diferente porque eu participei da concepção da ideia desde o início com a Skydance e a Netflix. Foi algo que eu ajudei a construir do zero.

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Gal Gadot, Jamie Dornan e Alia Bhatt durante o Tudum. Crédito: Rafael Braz

Mais que um filme de espionagem, Agente Stone é um filme de ação verdadeiramente feminista. Os homens são fortes, mas todas as decisões importantes são tomadas por mulheres. Você acha que é Rachel Stone é um tipo de feminista diferente da Mulher-Maravilha?

Alia Bhatt - O que me atraiu mais foi o fato de estarmos vendo uma mulher comandando todas as cenas de ação, e ela o faz com força, com inteligência, combinando tudo. O que eu mais gostei no filme é que elas não concordam uma com a outra, mas elas têm uma sensibilidade, mesmo discordando, que as faz ver tudo pelo olhar da outra. Isso é algo de que eu gostei muito. Acho que até um homem pode ser feminista, mas eu gosto muito de como as personagens femininas foram escritas.

Gal Gadot - Mulher-Maravilha é outro universo, é um nome gigante, a versão feminina do Super-Homem que todos conhecem em todos os cantos do mundo. Ela é uma semi-deusa, ela não pode morrer, é a guerreira mais forte que já viveu… Ela não é real. A questão não é a ficção, mas o que estamos tentando fazer com Rachel Stone, que é contar uma história próxima da realidade. Você pode ver as cenas de ação e mesmo as mais absurdas podem ser feitas por uma pessoa. Queríamos que a audiência sentisse a dor da Rachel levando um soco, e isso não acontece com a Mulher-Maravilha. As duas são protagonistas fortes, mas uma está num mundo de faz de contas e para a outra tentamos criar o nosso mundo.

Alia, a Netflix abriu um cenário para produções turcas, indianas, asiáticas, obras que fazem muito sucesso no Brasil. Como você se sente com essa repercussão?

Alia Bhatt - Acho que o mundo se tornou menor, muito menor porque agora consumimos produtos de todos os lugares do mundo a partir da mesma plataforma. Isso é incrível porque você tem muitas opções, muitas coisas para se aprender. É uma oportunidade ótima para a indústria de conteúdo porque não temos mais só um tipo de produto que vai funcionar nos cinemas. Agora temos mais obras e mais oportunidades para atuar, dando voz às pessoas e espaço para que mostrem seus talentos. Eu venho da Índia, Jamie (Dornan), da Irlanda, e Gal de Israel, e essa combinação de culturas, sotaques e rostos diferentes. É uma representação global, de pessoas de diferentes cantos.

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Gal Gadot e Jamie Dornannas filmagens de "Agente Stone". Crédito: Robert Viglasky/Netflix

Os personagens de Agente Stone se encaixam em alguns padrões de cinema e até de alguns outros que vocês já fizeram. Como é conectar esses novos personagens aos antigos?

Gal Gadot - O que funciona pra mim é ter uma personagem que você “conheça”. Quando eu peguei o roteiro, eu li as cenas e pensei, “oh… quero viver essa personagem”. Neste caso, eu estava envolvida desde o início, em diferentes rascunhos do roteiro, e sabia desde o início a direção que queria para Rachel. A ideia era ter alguém imperfeita, o que é muito mais fascinante. E voltando ao que Alia disse, o filme foi realizado quase todo durante a pandemia de Covid, quando todo mundo começou a usar o Zoom e a gente achou que o mundo se tornara super pequeno. A gente queria dar à audiência um filme enorme, de escopo global, e estamos felizes que a Netflix permitiu que fizéssemos loucuras, em cinco diferentes locações mundo afora.

Jamie Dornan - Como um ator, se você tiver sorte o suficiente, você poderá escolher. Acho que todos nós tivemos essa sorte ao longo de nossas carreiras, de ler diferentes textos, de gêneros diferentes e de vários lugares. A gente sempre tenta encontrar algo que nos empolgue, algo que talvez a gente não tenha feito antes, um novo desafio.

Alia Bhatt -  É meu primeiro filme em inglês, mas se não tiver nenhum desafio, é um pouco chato. Esse foi difícil pra mim porque foi minha primeira vez filmando em inglês.

"Agente Stone" é um filme de espionagem internacional, se passa em diversos lugares do mundo, com atores de diferentes lugares. Vocês acreditam que isso possa ajudar o filme em diversos cantos do mundo, casando com o alcance global da Netflix?

Jamie Dornan -  Acho fascinante que a Covid talvez tenha unido o mundo, é algo por que todos passamos, e nem estamos lidando com isso no filme, mas lidamos com algo que afetaria o mundo todo, que todos deveriam saber.. É algo poderoso. O casting foi inteligente, é parte do poder da Netflix, da escala, do poder. É um filme que deveria ser feito com vários atores de diferentes lugares do mundo.

Alia Bhatt - Eu só quero ser o filme número em um vários lugares do mundo (risos).

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