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Primeira-dama de Vitória: "Deus me colocou para ajudar os autistas"

Promotora de Justiça desde 2006, Paula Pazolini já viabilizou tratamento para cerca de 20 crianças da Serra que têm o transtorno do autismo e trabalha para levar informação às comunidades carentes da Grande Vitória

Vitória
Publicado em 07/07/2021 às 06h02
A promotora de Justiça e primeira-dama de Vitória, Paula Pazolini
A promotora de Justiça e primeira-dama de Vitória, Paula Pazolini. Crédito: Arquivo pessoal

Paula Pazolini se mudou de Minas Gerais, de onde é natural, para o Espírito Santo em 2006, quando passou no concurso para ser promotora de Justiça do Ministério Público do Estado. De lá para cá, ficou sensível à causa autista e decidiu apoiar a luta das famílias se tornando a ponte entre entidades e autoridades públicas para viabilizar projetos sociais que dessem atenção aos tratamentos que são necessários.

Hoje, cerca de 20 crianças com o transtorno do espetro autista são atendidas só na Serra por causa do empenho que ela teve como promotora na divulgação de informações sobre a condição de saúde.

“Deus me colocou no lugar certo e na hora certa para ajudar os autistas, para eu fazer o meu melhor. A gente não pode mudar o mundo, mas se a gente conseguir mudar nosso local de trabalho, onde a gente vive... Se todo mundo fizesse esse ‘pouco’, o mundo estaria muito melhor”, declara, em entrevista exclusiva à coluna.

Paula Pazolini

Promotora de Justiça e primeira-dama de Vitória

"Acredito que Deus dá oportunidades na vida para a gente mudar a vida das pessoas. E eu me sinto privilegiada por isso "

Só que o trabalho é árduo. Atualmente, segundo Paula, são mais de 500 crianças carentes que aguardam na fila por tratamentos complementares na Serra. Atendidas já são cerca de 80. Para suprir esse salto, ela adianta que a cidade está em negociação para conseguir ampliar o atendimento.

“Nós acabamos de ter uma reunião com o prefeito, que tem formação em psiquiatria e que, por isso, é bastante sensível à causa também. E ele se encarregou de conseguir identificar um imóvel na cidade que possa ser usado para o atendimento dessas crianças”, confidencia.

Hoje, as crianças que Paula conseguiu ajudar passam pelo tratamento da chamada equiterapia em unidade da Polícia Militar (PM) na mesma cidade. Trata-se de técnica que usa cavalos para desenvolver habilidades nos que têm o transtorno. "Fui atrás da cavalaria da PM, eles me atenderam e comecei a ideia de formalizar um projeto entre Associação dos Amigos dos Autistas do Espírito Santo (Ames) e PM para firmar essa parceria, que, graças a Deus, já está posta em prática", celebra.

"Hoje são, mais ou menos, 20 crianças atendidas só por essa parceria e todas são de famílias que estão em alta vulnerabilidade social. Fora eles, a cavalaria da PM já atendia outras crianças que têm o transtorno do espetro autista, que são das famílias dos agentes. Eles realizam esse trabalho de equiterapia há 19 anos e já houve até curso feito pelos agentes capixabas, porque somos pioneiros nisso", fala.

Paula Pazolini

Promotora de Justiça e primeira-dama de Vitória

"A luta do autista é diária. A família busca inclusão e dignidade diariamente, porque elas se tornam invisíveis na sociedade "
A promotora de Justiça e primeira-dama de Vitória, Paula Pazolini
A promotora de Justiça e primeira-dama de Vitória, Paula Pazolini. Crédito: Arquivo pessoal

E o que a primeira-dama tem feito ultimamente é usar do título de “esposa do prefeito” para conseguir dar visibilidade ao seu trabalho como promotora. Ela é casada com o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), desde 2008. Juntos, são os pais de Lorena, que hoje tem 12 anos de idade. 

Nos últimos meses, Paula - que garante que, ao lado do marido, chegou ao equilíbrio para não deixar a vida pública dos dois interferir na relação - foi convidada a palestrar em comunidades carentes de toda a Grande Vitória para falar sobre abusos e autismo. Durante os encontros, feitos em pequenas reuniões e em locais abertos pela pandemia da Covid-19, ela já identificou que ajudou várias famílias a perceberem que alguma criança da vizinhança pode ter o transtorno.

"O que mais tem me motivado é o fato de muitas pessoas, que ouvem essas explicações, entenderem que, às vezes, uma criança da família pode ter um comportamento parecido com o que eu falei. E elas buscam ajuda no posto de saúde, entendem e iniciam o tratamento que for necessário", corrobora.

Paula Pazolini

Promotora de Justiça e primeira-dama de Vitória

"Ser a primeira-dama me ajuda a dar visibilidade ao meu trabalho como promotora. Mas quero deixar um legado como promotora para que minha filha tenha orgulho da mãe que tem "
Paula Pazolini com o marido, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, e a filha do casal, Lorena
Paula Pazolini com o marido, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, e a filha do casal, Lorena. Crédito: Arquivo pessoal

Além do trabalho com a equiterapia para os autistas, Paula também está finalizando contato com um professor de kickboxing para que ele dê aulas a crianças de Andorinhas, em Vitória, e toca um trabalho de divulgação das paneleiras de Goiabeiras, também na Capital.

"Fazemos ações para incentivar que mais pessoas visitem o Galpão das Paneleiras, já que elas perderam muito com a queda do turismo. Além disso, em toda comunidade que vou, eu planto e peço aos moradores para me ajudarem a plantar girassóis, que são  símbolo do autismo. Girassóis e quebra-cabeças são dois símbolos do autismo que a gente precisa divulgar para que mais pessoas tenham o interesse em ler, saber sobre e buscar informações, como o que tem acontecido no nosso Estado", finaliza.

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