Donald Winnicott, o irretocável gênio da psicanálise inglesa, além de pediatra é meu eterno escudeiro com todas as suas definições. Para mim, a mais brilhante é o conceito de Internalização Transmutadora.
É a própria formação do Ser. Simples assim. (Donald Winnicott não tem nada a ver com o pato da Disney, muito menos com o bebê mimado Donald Trump).
Explico o que me clarificou Winnicott. Ao nascer, para continuar sendo e se atualizando, necessita-se insubstituivelmente do objeto de relação, a alteridade, o Outro. Na maioria dos casos, é a mãe ou, na falta dessa, outro objeto substituto: babá, mamadeira, mãe adotiva - que pode ser um pai.
Com essa Internalização Transmutadora, feita no mínimo entre o bebê e o cuidador, aparece uma habilidade fundamental da inteligência, a escuta ativa. Escutar para perceber.
Prometo não cansá-los, mas devo confessar o que penso a respeito do desenvolvimento incompleto de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos: escuta o som, mas não elabora. Repete. Muito parecido com o Donald da Disney, sendo que o pato traz uma vantagem quanto à inteligência e à maturidade.
Agora, o bebê mal desenhado Trump, só para se divertir, resolve atacar, por exemplo, pequenos barcos da Venezuela para não perder o costume, usando o maior porta-avião do mundo e outros bichos malvados, que a dez mil pés de altura simulam identificar traficantes.
Trump não escuta ativamente, portanto não sabe pensar.
Então, Brasil mostra a sua cara.
Vamos ao que não me interessa. Aproxima-se a hora da votação obrigatória no país, um absurdo.
A senhora sabe que o mundo escuso brasileiro, do nosso coração machucado, esparrama-se por todos os recantos dos poderes, com cada vez menos exceções. Por onde olhar, qualquer instância nesse imenso país está encharcada de falcatruas.
Diante da impossibilidade de reagir, o bravo e impotente povo brasileiro acaba tendo que se conformar com a vergonhosa realidade.
Senão vejamos: o Orçamento Secreto, a PEC da Blindagem, a fraude do INSS, os privilegiados e incomensuráveis salários, os penduricalhos como viagens, joias, e mais o que a senhora pensar, além da falta de rigor dos concursos públicos, já são suficientes para meditar.
Pior ainda, quando tudo isso junta-se às facções paralelas que já enfernizam o dia a dia da população.
Mas uma coisa é certa: “Quem não entra na política é governado por políticos que não lhe merecem”.
Dorian Gray, meu cão vira-lata, diz que envelhecer é péssimo, mas a opção é pior.
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