É diretor-geral do Instituto Jones dos Santos Neves. Pós-Doutor em Geografia, mestre em Arquitetura e Urbanismo (Ufes), pesquisador do IJSN e professor da Universidade Vila Velha (UVV). Escreve às quartas

Fortalecimento de Vitória reflete um movimento coletivo

Ao celebrarmos os 474 anos de Vitória, celebramos também o espírito de um povo que soube enfrentar adversidades, superar crises e construir caminhos de desenvolvimento

Publicado em 10/09/2025 às 03h00

No último 8 de setembro, Vitória celebrou 474 anos. Uma data que nos convida a refletir sobre a trajetória de nossa capital, marcada por desafios, conquistas e transformações. O desenvolvimento de Vitória não começou ontem, nem pode ser atribuído a uma só gestão ou a um único ciclo político. Ele é fruto de um processo histórico contínuo, construído ao longo de décadas por sucessivas gestões municipais, que cooperaram com governos estaduais e federais, pelo dinamismo dos setores produtivos e, sobretudo, pelo esforço diário do povo que aqui vive, trabalha, sonha e faz da cidade um espaço de oportunidades.

O fortalecimento de Vitória nos últimos anos reflete um movimento coletivo. Os investimentos do Governo do Estado têm desempenhado papel essencial nessa caminhada. A redução dos índices de violência, alcançada por meio das ações integradas do Programa Estado Presente, é exemplo claro de como políticas públicas consistentes, quando articuladas, podem transformar a realidade dos municípios. Isso também tem sido verificado nas outras cidades capixabas e merece ser destacado.

Da mesma forma, as intervenções estratégicas no Centro de Vitória (revitalização do Teatro Carlos Gomes, operações do Hub ES + e outras), que por muito tempo esteve esquecido das prioridades, resgatam não apenas sua infraestrutura, mas também sua memória e identidade histórica, bem como impulsiona atividades ligadas à inovação e economia criativa.

Mas o conjunto de entregas vai além. A nova Terceira Ponte, com a Ciclovia da Vida, simboliza a integração entre mobilidade, sustentabilidade e cidadania. O Aquaviário resgatou a vocação marítima do transporte coletivo na Baía de Vitória, ao mesmo tempo em que oferece soluções modernas de transporte e opções de turismo em uma das paisagens mais belas do Brasil.

A Rodovia das Paneleiras reforçou o vínculo entre tradição cultural e infraestrutura urbana. Além disso, investimentos expressivos em educação, saúde, cultura, turismo e lazer vêm ampliando a qualidade de vida dos moradores e fortalecendo a imagem da cidade para visitantes. As Secretarias Estaduais de Turismo e Cultura e outras instituições vêm ano a ano potencializando os desfiles das escolas no Sambão do Povo, o que fortalece a chama de uma das mais vibrantes expressões da identidade popular capixaba.

Vitória é, antes de tudo, uma cidade plural. Sua riqueza se manifesta em cada bairro, em cada canto de sua geografia insular e continental. A gastronomia da Ilha das Caieiras, com a tradição da moqueca, guarda a essência de nossa culinária. As paneleiras de Goiabeiras, patrimônio cultural imaterial, simbolizam a força da mulher capixaba e a continuidade das tradições. O samba da Piedade resiste como expressão de arte e luta. A imponência da Catedral Metropolitana se projeta sobre o Centro histórico, ladeada pelo Parque Moscoso, onde gerações se encontram.

A Pedra da Cebola e a Curva da Jurema lembram a beleza natural que emoldura a vida urbana. A Praia do Canto e a Enseada do Suá revelam o dinamismo comercial e a modernidade. Os Jardins da Penha e Camburi pulsam com o vigor da juventude, enquanto Santo Antônio, com sua Basílica, preserva uma das vistas mais emblemáticas da cidade. E a cada nova esquina, Vitória nos mostra que tradição e modernidade convivem em harmonia, revelando a alma de uma capital em permanente construção.

Fotos para o aniversário de Vitória
Vista do Santuário de Santo Antônio a partir das embarcações do Aquaviário. Crédito: Fernando Madeira

Esse mosaico de experiências e vivências forma a identidade da “Ilha do Mel”, que ao longo de quase cinco séculos soube se reinventar sem perder sua essência. Vitória é cidade de trabalho, mas também de lazer. De fé e de festa. De mar e de montanhas. De tradição e inovação. Sua história não se resume a monumentos ou datas, mas se escreve diariamente com o esforço de milhares de cidadãos que acreditam em um futuro melhor.

Ao celebrarmos os 474 anos de Vitória, celebramos também o espírito de um povo que soube enfrentar adversidades, superar crises e construir caminhos de desenvolvimento. Reconhecer o passado é importante, mas projetar o futuro é essencial. Que os próximos anos tragam mais inclusão social, prosperidade econômica, sustentabilidade ambiental, diálogo democrático e fortalecimento da cultura que nos une.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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