O tema “mudanças climáticas” deixou de ser algo distante para se tornar parte do nosso dia a dia. Por isso, a construção civil, um dos setores mais impactados por essas alterações, vem buscando alternativas que ofereçam conforto térmico aos moradores e ao mesmo tempo colaborem para reduzir impactos ambientais.
Isso porque, quando pensamos em Brasil, um país tropical que já experimenta temperaturas elevadas, podemos observar que ondas de calor cada vez mais intensas e custos crescentes com energia tem afetado diretamente a forma como vivemos nas cidades.
Nesse contexto, engenheiros e arquitetos têm dedicado atenção especial a soluções que otimizem o uso de energia nos edifícios, por exemplo. O objetivo é projetar empreendimentos que consumam menos recursos e, ainda assim, garantam ambientes mais agradáveis. Uma busca que passa pela escolha de materiais adequados, por técnicas construtivas mais eficientes e estratégias que aproveitam o clima de maneira inteligente.
Um ponto decisivo nesse processo são as envoltórias dos empreendimentos, tais como fachadas (paredes externas, esquadrias) telhados, pisos e coberturas. Elas funcionam como a “pele” dos edifícios, regulando a troca de calor entre o ambiente interno e o externo.
Ou seja, quando projetadas de forma estratégica, podem reduzir a necessidade de ar-condicionado, melhorar a ventilação natural e proporcionar mais bem-estar aos moradores.
Para apoiar essa tomada de decisão, o setor vem incorporando o uso do Building Information Modeling (BIM). Trata-se de uma ferramenta tecnológica que permite simular, antes mesmo da obra começar, como diferentes soluções para as envoltórias vão se comportar em termos de eficiência energética, custos e conforto térmico. Isso oferece às empresas e investidores uma visão mais clara sobre as alternativas disponíveis, favorecendo escolhas sustentáveis e assertivas.
Um estudo de caso recente mostrou justamente essa relação: ao usar o BIM para comparar diferentes opções em uma edificação residencial, foi possível medir o impacto de cada solução sobre o consumo de energia e o conforto dos usuários. A tecnologia também ajudou a projetar os custos aproximados, dando mais segurança ao processo de decisão.
Os resultados indicaram que a integração entre BIM e eficiência energética não é apenas um avanço tecnológico, mas uma mudança de prática no setor. Arquitetos e engenheiros conseguem visualizar, de forma rápida e eficiente, quais alternativas fazem sentido em termos de sustentabilidade e viabilidade econômica, algo que antes dependia de cálculos longos e projeções pouco acessíveis.
Essa transformação tem um peso especial no Espírito Santo. Com a verticalização das cidades da Região Metropolitana da Grande Vitória e a valorização dos terrenos próximos ao litoral, cresce a demanda por empreendimentos que aliem modernidade, conforto e eficiência energética.
Nesse cenário, soluções inovadoras que considerem o clima e as condições locais tendem a se destacar no mercado e a trazer ganhos reais para moradores e investidores.
Mais do que uma tendência, o uso do BIM na construção civil sinaliza um novo padrão para o futuro do morar no Estado. Ao unir tecnologia, eficiência energética e qualidade de vida, o setor imobiliário capixaba pode se consolidar como referência em inovação e sustentabilidade, transformando desafios em oportunidades para toda a sociedade.
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