Após meses de muito calor, enfim chegou algum frio. No final da semana passada, termômetros caíram no Sul e Sudeste. Na serra catarinense, chegaram os primeiros flocos de neve. Mas com o frio chegam visitantes indesejados. Consultórios, unidades sanitárias e serviços de urgência tiveram aumento de demanda de pessoas com sintomas respiratórios. Na semana passada, foi disponibilizado pela Vigilância Sanitária o último informe das síndromes respiratórias.
Em 2025, até 24 de maio, ocorreram 1619 mortes por Covid-19. As variantes que mais circularam foram a LP8.1.4, a JN1.11 e JN1.16. Só bem recentemente o Ministério da Saúde conseguiu disponibilizar a vacina contra a variante JN. Essa deve ser usada pelos grupos vulneráveis (idosos, gestantes e crianças pequenas), como reforço.
Mas de acordo com os últimos boletins, a infecção por Covid está em queda em todo o Brasil. Nas últimas semanas, o que está levando brasileiros (inclusive capixabas) aos postos, consultórios e urgência são o vírus sincicial respiratório, a influenza A e o rinovírus (resfriado). Em relação aos óbitos por infecção respiratória, 2/3 são por gripe A, depois vem o vírus sincicial respiratório.
O vírus Ssncicial respiratório é especialmente grave para crianças menores de 6 meses, sendo o principal causador de hospitalização por bronquiolite. Também é causa de hospitalização e morte de idosos, em especial aqueles com comorbidades como cardiopatia, pneumopatia, doença renal ou diabetes.
Para crianças pequenas, uma novidade especial é o lançamento recente do Beyfortus, um anticorpo que protege a criança por pelo menos 5 meses. Para idosos existe a vacina para VSR, segura e eficaz, por enquanto em clínicas privadas. Uma excelente notícia foi a incorporação pelo Programa Nacional de Imunizações da nova vacina para gestante contra o VSR, a ABRYSVO, que deve chegar no segundo semestre deste ano. Aplicada na mãe a partir da 28ª semana de gestação, permite transmissão de anticorpos para o bebê, prevenindo a bronquiolite e a hospitalização da criança nos primeiros meses de vida. Na Argentina, onde foi incorporada em 2024, essa vacina teve eficácia superior a 70% na redução das hospitalizações dos recém-nascidos.
A gripe (influenza) levou à morte 706 brasileiros apenas neste ano, sendo 432 acima dos 65 anos, 225 entre 15 e 64 anos, 49 entre crianças e adolescentes. Muitos vírus de gripe não foram identificados, mas a maioria foi Influenza A H1N1.
Inacreditável pensar que a vacina está disponível para todos, seja na rede pública, seja em laboratórios e clínicas privadas, mas a sua utilização ainda é escassa. A cobertura de grupos vulneráveis nesta mudança de estação mal chega a 35%. No Espírito Santo, até a semana 21 (25 de maio último), 20 capixabas morreram de gripe.
Devemos passar por mais ondas de frio, ainda não chegamos ao inverno, a vacina é nossa melhor proteção.
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