Jornalista de A Gazeta há 10 anos, está à frente da editoria de Esportes desde 2016. Como colunista, traz os bastidores e as análises dos principais acontecimentos esportivos no Espírito Santo e no Brasil

Números quase perfeitos da Seleção Brasileira vendem uma ilusão

Brasil sobra na América do Sul porque é pouco exigido. O time tem que melhorar muito para chegar na Copa do Mundo em condições de brigar pelo título

Vitória / Rede Gazeta
Publicado em 13/11/2021 às 02h00
Raphinha, Neymar e Paquetá em lance de bola parada
Raphinha, Neymar e Paquetá em lance de bola parada. Crédito: Lucas Figueiredo/CBF

Campanha histórica em Eliminatórias com 11 vitória em 12 jogos até o momento, vice-artilheiro da competição, seis pontos à frente do segundo colocado e incríveis 18 pontos de vantagem para a primeira seleção fora da zona de classificação para o Mundial. Este é o Brasil de Tite, que na última quinta-feira (12) venceu a Colômbia e carimbou sua vaga na Copa do Mundo do Qatar, em 2022.

Os números são emblemáticos e fazem a Seleção Brasileira parecer uma máquina de moer seus adversários. E quando se trata de América do Sul isso é uma realidade. O único acidente de percurso foi a derrota para a Argentina na final da Copa América. Mas ainda assim o Brasil sobra no continente. Mas até que ponto isso é suficiente?

O torcedor que acompanhou a Seleção nas Eliminatórias certamente não se empolgou com o que viu. Se os resultados são quase perfeitos, o desempenho passa longe do esperado. O Brasil é um time forte e seguro, mas que apresenta um futebol que está abaixo do seu potencial. Nas Eliminatórias foi o suficiente, mas para a Copa do Mundo não será.

Castigado por seleções europeias nas últimas quatro copas, o Brasil não tem conseguido acompanhar a evolução dos rivais, e Tite sabe disso. Tanto que recentemente lamentou o fato de não ter amistosos com equipes do Velho Continente. “Faço pedido ao Juninho (coordenador da Seleção Brasileira). Pode armar qualquer amistoso com qualquer seleção europeia, pois é importante. Nós queremos. A Seleção quer”, apelou Tite em entrevista coletiva no mês de setembro.

O treinador do Brasil sabe que o grau de dificuldade por aqui é baixo. A Seleção acaba não sendo testada em alto nível, e isso é um problema. Os números, na ótica “resultadista”, vendem uma ilusão e jogam o time em um patamar em que ele não está. Quando confrontado por um rival de peso na Copa, a equipe sucumbe. Isso foi o que aconteceu nos últimos mundiais.

Como as próximas datas separada para a Fifa são ainda dedicadas às Eliminatórias, a Seleção Brasileira só terá liberdade para escolher seus amistosos em maio de 2022. Enquanto isso, Tite terá os próximos jogos das Eliminatórias para testar jogadores e esquemas de jogo. O Treinador terá um ano para ajustar sua equipe e fazer dela favorita ao título da Copa, o que hoje ela não é.

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