Jornalista de A Gazeta há 10 anos, está à frente da editoria de Esportes desde 2016. Como colunista, traz os bastidores e as análises dos principais acontecimentos esportivos no Espírito Santo e no Brasil

Botafogo traçou caminho que o levou a Série B e terá futuro terrível

Elenco inchado, troca de técnicos e bagunça nos bastidores. Glorioso seguiu  à risca cartilha do rebaixamento. Retorno à elite pode demorar a acontecer

Vitória / Rede Gazeta
Publicado em 06/02/2021 às 02h00
Atualizado em 06/02/2021 às 02h04
Botafogo
Jogadores do Botafogo desolados após o rebaixamento para a Série B ser sacramentado. Crédito: Nayra Halm/Fotoarena/Agência O Globo

O rebaixamento é um castigo que não é imposto de uma hora para outra. É uma punição que é alimentada durante um tempo considerável, até que chega o momento em que o pesadelo se torna realidade. No decorrer do Campeonato Brasileiro ficou perceptível que o Botafogo seria rebaixado. Todos sabiam que nenhum outro destino seria possível, mas o dia que sacramenta a degola é sempre cruel. Episódio que aconteceu pela terceira vez.

O Glorioso, em mais um jogo com contornos de dramaticidade, perdeu para o Sport por 1 a 0, dentro de sua própria casa. O gol que decretou o rebaixamento veio em um pênalti polêmico para provocar uma ira ainda maior em jogadores, torcedores e dirigentes. Mas o que aconteceu na noite desta sexta-feira (05) foi apenas o golpe fatal em uma batalha que há muito já estava perdida.

Os números do Botafogo no Brasileirão falam muito alto: 4 vitórias, 12 empates e 18 derrotas. Além dos 53 gols sofridos que resultam em um saldo de gols de - 25, o pior do campeonato. Mais de 50 jogadores foram utilizados na competição e quatro treinadores estiveram à frente do elenco, sendo que um nem chegou a comandar o time.

O frágil elenco, que pouco contava com jogadores com experiência em Série A, não tinha qualidade nem mesmo para desafiar os rivais na luta contra o rebaixamento. Poucos jogadores agregaram tecnicamente ao time. Mas um fator que incomodou muito nesse Botafogo foi a falta de vontade. Há meses, os atletas já entravam em campo abatidos e derrotados. Um grupo sem força de vontade, que parecia não se esforçar mais para evitar o pior. Não há nada que mais irrite um torcedor. Se faltou talento, raça não poderia faltar, mas até nisso o time deixou a desejar. Imperdoável.

Mas futebol não se resolve apenas no gramado. O ambiente extra-campo também tem um peso considerável no resultado final. Por isso, seria injusto colocar o fracasso apenas nas costas dos jogadores. A diretoria do Botafogo é uma tragédia. Além da dificuldade financeira, não há planejamento, decisões são tomadas no calor da emoção e os atores principais não conseguem se entender nem para tocar um objetivo comum: salvar o clube.

E se a temporada que vai se encerrar já se revelou traumática, a próxima pode ser terrível. Com cotas de TV reduzidas, já que vai disputar a Série B do Campeonato Brasileiro, e sem poder financeiro no mercado, o futuro não se mostra nem um pouco animador. Se destacar na Segunda Divisão e retornar imediatamente à elite do futebol brasileiro não será uma missão fácil. O que vimos acontecer com o Cruzeiro, que não conseguiu subir, tem grandes chances de se repetir com o Botafogo. E esse nem seria o pior dos cenários.

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