Aquiles Reis é músico e vocalista do MPB4. Nascido em Niterói, em 1948, viu a música correr em suas veias em 1965, quando o grupo se profissionalizou. Há quinze anos Aquiles passou a escrever sobre música em jornais. Neste mesmo período, lançou o livro "O Gogó de Aquiles" (Editora A Girafa)

Beatles Cordel leva som dos rapazes do yeah yeah yeah ao forró

Idealizado por Rafael Beibi, disco chega às plataformas digitais nesta sexta-feira (14)

Publicado em 11/05/2021 às 13h16
Capa do álbum Beatles Cordel
Capa do álbum Beatles Cordel. Crédito: Divulgação

Antes de mais nada, conto o que senti ao receber o CD digital "Beatles Cordel" (independente, com apoio do edital de música da Lei Aldir Blanc), enviado pela assessora de comunicação Debora Venturini. Ela me sugeria ouvir o grupo que dá título ao trabalho: o Beatles Cordel, trabalho que... assim, ó: juro que eu achei que era brincadeira. Fazer dos Beatles cordel e ainda cantá-los como um autêntico forró!? Pois sim!

Pois não... eu ouvi e acreditei: “O projeto, idealizado por Rafael Beibi, nasceu da vontade de unir suas duas grandes paixões: forró e Beatles (...)”.

Ambientado num cenário de realidade e ficção, o Beatles Cordel divide o disco com Seu Quité, “sertanejo que ao achar em seu radinho de pilha uma estação que só toca Beatles, instantaneamente se apaixonou pela banda”. Só que ele não fazia ideia de quem eram os Beatles.

O Beatles Cordel é: Rafael Beibi (vocal, backing vocals, zabumba, ganzá, mineiro, cowbell, blocks, reco-reco); Rafael Virgolino (sanfoneiro, compositor e produtor musical; Matheus Tagliatti (baixista e violonista); o violonista Alysson Salvador; e Guegué Medeiros (percussionista, produtor e educador musical).

Os arranjos coletivos do Beatles Cordel têm zabumba, sanfona, viola, violão, percussão e contrabaixo – cuja interação com o personagem Seu Quité traz ainda mais alegoria às músicas, e aos textos de Giovani Bruno e Gabriel Beibi.

Giovani Bruno é Seu Quité: “Vô contá um acontecido/ Que parece inventado/ Mas já deixo garantido/ Que é fato confirmado/ E loguinho me apresento/ Pra deixá tudo provado/ Antes de falá meu nome/ Um detalhe pra registro/ Coisa pouca, coisa besta/ Nem se avexe, eu insisto/ Vou contá sobre esse causo/ Só que eu mesmo nem existo”.

E segue: “(...) Descobri um forró novo/ Meu radinho endoidô/ Aqui nesse fim de mundo/ Ninguém nunca encontrô/ Uma estação em inglês/ Mas eu já conto pra vcs (...) Tem um tal de João Eleno/ vocalista dos bendito/ Paulo Macarti, Jórgi Réro/ E por último um nome esquisito/ Chama Ringo o ritmista/ E esses são os 4 artistas/ Desse grupo chamado: Os Brito! (...)”.

E é aí que reside a pujança do Beatles Cordel: tocar e cantar cada uma das oito canções de John Lennon e Paul MacCartney, após Seu Quité recitar um cordel. Por exemplo: “Paulo Macarti ouviu/ Com desmedida atenção/ As melodias bonitas/ Que adornavam a canção/ Foi quando ele descobriu/ Nós tocamos “Assum Preto”/ Do nosso Rei Gonzagão/ Paulinho se emocionou/ E com a canção teve dó/ Pois ela contava assim/ A história de um passarim/ Que teve os óio furado/ Que é pra assim cantar melhor (...)”. Na sequência, com garra admirável e participação de Bruno Lins, o BC canta “Blackbird” (Lennon e MacCartney).

Enquanto a simbiose do forró com o pop segue dando ares delirantes à cena, lá vão os rapazes. Com pegada nordestina, a cantoria vibrando como num forró pé de serra, o Beatles Cordel arrebata quem os escuta. Vale lembrar que a íntegra do disco estará nas plataformas digitais a partir de 14 de maio.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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