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Aprovação da reforma da Previdência é vitória da comunicação

Aprovação da reforma da Previdência é vitória da comunicação

A informação venceu a desinformação com a aprovação das mudanças nas regras de aposentadoria. Não foi a direita quem ganhou. Foi a verdade

Publicado em 22 de agosto de 2019 às 00:38

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(Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

aprovação da reforma da Previdência, por placar elástico, na Câmara é uma vitória da comunicação. Portanto, uma vitória popular, da sociedade. A informação venceu a desinformação. Daí, surgiu o apoio popular à reforma – o que foi uma revolução de conceito após prolongada resistência de iludidos por populismo e demagogia.

A sociedade passou a entender que seria prejudicada sem mudanças no sistema previdenciário. Isso dobrou os deputados. O bicho-papão que ameaçava reeleição dos que votassem a favor da reforma transformou-se em alça para recondução ao mandato e outros voos eletivos. O sindicalismo barato que, para preservar privilégios, apostava na bandeira antirreforma perdeu o palanque. Não foi a direita quem ganhou. Foi a verdade.

A participação do governo Bolsonaro no andamento dessa reforma tem aspectos contraditórios. Sua comunicação é atabalhoada, meio ao estilo brucutu, mas teve atuação importante para desmascarar distorções “vendidas” como verdades por adversários do projeto. Depois, desandou. O Executivo que combatia privilégios passou a defender o que se afina com o sentimento de caserna do presidente. Na proposta do Planalto, os militares foram contemplados com um plano de reestruturação de carreira. Pode ser reparação de injustiça, mas cria custo adicional.

Temer sonhou em mudar a Previdência, o que marcaria o seu governo. Mas nem gastando um mar de dinheiro conseguiria fazê-la. A comunicação do governo com a sociedade falhava por falta de credibilidade do presidente. Só para lembrar sua fraqueza política, após duas denúncias criminais, as negociações com parlamentares e partidos para mantê-lo no cargo (envolvendo concessões e medidas do governo) tiveram custo calculado em R$ 32 bilhões.

Correu dinheiro para reforma andar? As notícias dizem que sim: cerca de R$ 2 bilhões em emendas parlamentares para aprovação em primeiro turno e outros R$ 3 bilhões para passar no segundo. Mas esse preço foi acertado depois de a opinião pública a avalizar a reforma – mostrado o poder da comunicação. Antes, nem era discutido. O fisiologismo de deputados buscava outros canais para se satisfazer.

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Se haverá pedágio no Senado, não se sabe, mas o custo da matéria na Câmara é um grave alerta. O toma lá dá cá excedeu o limite tolerável. O vírus da velha política está vivo. Isso exige combate por meio de comunicação forte, à altura do repúdio popular.

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