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R$ 150 milhões: governo do ES monta engenharia financeira para comprar ônibus elétricos

Cada ônibus elétrico sai por, na média, R$ 3 milhões, portanto, para colocar 50 novos veículos nas ruas da Grande Vitória precisarão ser aportados R$ 150 milhões

Publicado em 06/12/2023 às 16h16
Ônibus elétrico que a Marcopolo começará a produzir em São Mateus
Ônibus elétrico que a Marcopolo começará a produzir em São Mateus. Crédito: Abdo Filho

O governador Renato Casagrande anunciou, nesta quarta-feira (06), que 50 ônibus elétricos passarão a integrar a frota do Sistema Transcol até, no máximo, 2025. Não se trata de algo simples. Hoje são quatro veículos eletrificados em uma frota com mais de 1,6 mil carros. Cada ônibus elétrico sai por, na média, R$ 3 milhões, portanto, para colocar 50 novos veículos nas ruas da Grande Vitória precisarão ser aportados algo perto de R$ 150 milhões. Não é pouca coisa.

O primeiro debate é sobre quem pagará a fatura. Se será o governo do Estado ou se serão as empresas que compõem os consórcios Atlântico Sul e Sudoeste, responsáveis pela operação do sistema. Se for o governo, o investimento será, de alguma forma, abatido do subsídio pago às empresas de transporte público, conta que, no ano passado, ficou em R$ 243 milhões. Por ser um aporte muito alto, aqui é que a costura deverá levar mais tempo. Uma linha criada pelo BNDES focada em descarbonização, a Finame Direto, pode ser a alternativa. A cidade de São Paulo, agora em outubro, fechou um acordo com o BNDES para a compra de 1,3 mil ônibus movidos a bateria. Com juro subsidiado, o crédito estatal ajuda a atenuar o impacto da diferença de preço entre o elétrico (R$ 3 milhões) e o veículo a diesel (R$ 700 mil).

O lado positivo da conta aparece na manutenção. Um ônibus a combustão dura, na média, 10 anos. O elétrico, além de durar mais, 16 anos, gasta menos com a parte mecânica. "Está definido que teremos 50 ônibus elétricos na frota do Transcol até 2025. Quero que seja em 2024, mas até 2025 eles estarão aí. Agora faremos todos os estudos para definir qual é o melhor modelo, como a conta se equilibra. O aporte inicial é alto, mas a manutenção e o crédito do BNDES dão uma equilibrada no jogo, vamos analisar todos os aspectos", explicou o governador Renato Casagrande.

"Temos também o desafio do abastecimento dessas baterias. Estamos em conversas com a EDP para montarmos essas estruturas nos terminais e nas garagens. Um ônibus elétrico tem autonomia de 250 quilômetros, precisamos ter essa estrutura pronta. Sair do zero é o mais difícil, montado o modelo, conseguiremos avançar com mais velocidade. Sempre temos de ter como foco o bônus de reduzirmos a emissão de gases poluentes, isto é o fundamental e precisamos agir", assinalou o governador, que voltou, nesta terça-feira (05), da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai. 

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