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O que o mercado imobiliário do ES espera de 2025

A alta violenta das taxas de juros, movimento que ainda não chegou ao fim, fará do ano que está começando um dos mais desafiadores dos últimos tempos

Publicado em 22/01/2025 às 00h00
Prédios e casas em Vitória vistos a partir do Morro da Marinha, em Vila Velha
Prédios e casas em Vitória vistos a partir do Morro da Marinha, em Vila Velha . Crédito: Fernando Madeira

Um ano desafiador. É o que a indústria da construção espera de 2025. A alta violenta da taxa de juros, que ainda não chegou ao fim, deve ser impiedosa com um dos segmentos que mais emprega e mais movimenta a economia. Claro que onde há desafio sempre há ótimas oportunidades, por isso, muito embora os movimentos devam ser mais lentos em 2025 (e também em 2026) há muita coisa acontecendo, principalmente visando o médio prazo (as taxas de juros não ficarão nas alturas, pelo menos não nesta, para sempre).

Há um consenso, entre empresários e representantes de entidades do setor, de que o pé direito foi retirado do acelerador, onde estava desde o segundo semestre de 2020. Em um cenário em que os juros básicos devem chegar aos 14,25% nos primeiros meses do ano (estão hoje em 12,25%), os lançamentos serão feitos com muito mais critério, afinal, a margem de erro encolheu consideravelmente. As maiores pancadas deverão se dar no Minha Casa Minha Vida, programa habitacional do governo federal, e nos imóveis de renda média (até R$ 1,2 milhão). Muito embora o Minha Casa Minha Vida seja subsidiado, o dinheiro do governo (que anda bem escasso) não deverá ser suficiente para manter tamanha atratividade diante da alta dos juros. A situação fica ainda mais complicada nos empreendimentos voltados para a classe média, que são totalmente dependentes dos juros praticados pelo mercado. Aí é que o efeito rebote deve ser maior.

"Não estamos falando apenas de economia, estamos vendo uma crise de confiança provocada muito pela polarização da política, e não vejo isso se dissipando até as eleições de 2026. Portanto, creio que teremos dois anos bem desafiadores pela frente: com juros elevados, pressão inflacionária, polarização política, ambiente externo nebuloso e, dependendo do impacto desses juros na economia, com uma perda dos níveis de empregabilidade, o que atrapalha muito a confiança do consumidor. Não quer dizer que não há boas oportunidades, mas os desafios estão bem elevados", assinalou um influente empresário do setor, que preferiu falar em off.

O segmento que deve manter-se mais aquecido é o de alta renda, que vem forte desde 2020, primeiro ano da pandemia. Aliás, é neste tempo todo de aquecimento que reside a grande dúvida quando o assunto é a alta renda. Depois de cinco anos ainda há tanta demanda assim? Para regiões como a Praia do Canto e Enseada do Suá com certeza haverá, mas há dúvidas sobre outros locais. Municípios como Serra e Aracruz, com dinâmicas econômicas muito fortes e peculiares, também devem seguir com curvas acima da média.

Enquanto colocam um freio nos lançamentos, os investidores com liquidez (dinheiro na mão) seguem fazendo um trabalho mais silencioso: formação de landbank (compra de terrenos). Estão aproveitando boas oportunidades para estarem bem posicionados quando o cenário econômico estiver mais favorável e menos nebuloso, muito provavelmente só a partir do final de 2026.

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