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50 dias de ferrovia interditada no Espírito Santo e... nada

O ramal Piraqueaçu, que liga a Estrada de Ferro Vitória-Minas aos portos de Aracruz, está fechado por indígenas. Interrupções são constantes por ali

Vitória
Publicado em 11/12/2025 às 03h00
Ramal Piraqueaçu, da Estrada de Ferro Vitória-Minas, está fechado desde o dia 22 de outubro
Ramal Piraqueaçu, da Estrada de Ferro Vitória-Minas, está fechado desde o dia 22 de outubro. Crédito: A Gazeta

Há exatos 50 dias o ramal Piraqueaçu, que liga a Estrada de Ferro Vitória-Minas aos portos de Aracruz, está fechado por indígenas, que reclamam das indenizações a serem pagas pela Samarco por causa do desastre de Mariana. O protesto, iniciado no dia 22 de outubro, segue interrompendo uma das conexões logísticas mais importantes do Espírito Santo. Sem entrar no mérito da reivindicação, trata-se de um duro golpe nas pretensões de um Estado que pretende se colocar como uma alternativa para escoar as cargas do Brasil.

"São 50 dias de interdição, a maior intervenção ferroviária dos últimos anos. Não temos observado evolução nas negociações nem no processo de execução da liminar para reintegração de posse, o que nos traz grande preocupação pelo impacto severo nas operações portuárias e industriais da região. Por ser o modal preferencial de carga, o impacto corre a casa de R$ 200 milhões. Continuam sendo acionados os desenhos contingenciais, porém com menor eficiência e maior impacto. A preocupação segue grande por conta dos feriados e festas de fim de ano e urgência na resolução desta questão que faz parte de uma logística de Estado, e que deve ser tratada como tal", disse André Giori, diretor da Amear (Associação Movimento Empresarial Aracruz e Região).

O ramal que conecta a única ferrovia operacional do Estado ao complexo portuário que está se desenvolvendo na região de Barra do Riacho, corta terras indígenas e é constantemente fechado durante protestos. Uma dor de cabeça generalizada, já que a insegurança operacional é enorme, afugentando eventuais e até atuais investidores. A Justiça Federal, a pedido da Vale (responsável pelo ramal), chegou a autorizar a desocupação, no dia 5 de novembro. Para a surpresa de muita gente, a própria Vale, um dia antes, pediu a suspensão da reintegração.

Os advogados da mineradora, na argumentação ao juiz, disseram que o objetivo era "viabilizar o diálogo nesse período, comprometendo-se a informar a este Juízo, em até 15 dias, sobre o êxito ou não das negociações para desocupação voluntária da linha férrea".

Já se passaram mais de 30 dias desde a promessa e, até agora, nada feito. A interrupção do trecho segue em curso e contando... os dias e os prejuízos.

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