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Se em Vitória tem a Segunda e a Terceira Ponte, qual é a 'primeira'?

Se em Vitória tem a Segunda e a Terceira Ponte, qual é a "primeira"?

A Ponte Florentino Avidos, formada pelos Cinco Pontes e a Ponte Seca, foi a primeira ligação do continente à cidade de Vitória

Publicado em 27 de março de 2015 às 17:44

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Em outros tempos, quando ainda não existia pedágio e nem Terceira Ponte, quando não existia Segunda Ponte para ligar Cariacica e Vila Velha a Vitória, nem mesmo carros suficientes para gerar o engarrafamento que se conhece hoje no trecho, o transporte era feito através dos catraieiros.

Os barquinhos, que resistem até hoje, cortavam a baía de Vitória sobre o que é hoje a rodoviária e boa parte do Centro da capital. Nesta época, a Ilha do Príncipe ainda era uma ilha e o governador era chamado presidente de Estado.

E foi por ação direta de Florentino Avidos, presidente do Espírito Santo na década de 1920, que hoje conhecemos as pontes que dão acesso à Vitória de "Segunda" e "Terceira", afinal de contas, é de responsabilidade dele a construção da primeira ponte, batizada em homenagem ao político.

A ponte Florentino Avidos, de pé até hoje, ligava o coração da cidade de Vitória às costas da cidade de Vila Velha, em expansão econômica promovida pela chegada do porto à cidade. De acordo com Leonor Araujo, professora de História do Espírito Santo da Ufes, a ponte (que tem duas "partes", as Cinco Pontes e a Ponte Seca) é formada por seis arcos que vieram desmontados em porões de navio da Alemanha diretamente para Vitória.

Produzida pela empresa Maschinenfabrik Augsburg Nuremberg, que mais tarde construiria edificações para o governo nazista de Hitler, o "complexo de pontes" foi inaugurado em 1928.

"Com linha férrea para passar o trem, que saía de Argolas para o porto de Vitória, a ponte permitia também a passagem dos poucos carros da época, pessoas a pé, bicicletas e carroças", explica a professora.

Décadas depois, com o advento do aterro para a construção de pontos importantes da cidade, a água que passava sob as duas partes da Ponte Florentino Avidos continua seguindo seu curso apenas abaixo das Cinco Pontes, que foram revitalizadas e ganharam iluminação especial, bem como passeio para pedestres nas laterais.

Sua outra parte, a Ponte Seca, monumento tombado como patrimônio estadual, ganhou esse "apelido" após o aterro. O espaço embaixo da ponte se divide entre parte da Vila Rubim e um estacionamento particular, que antes era frequentemente utilizado como ponto para a venda de palmito e outros produtos trazidos de outros locais.

Revitalização

Já sem água passando por baixo, a Ponte Seca se transformou em um importante retorno para os motoristas que acessam a cidade, mas a Prefeitura de Vitória tem planos maiores para a construção. 

A ideia, de acordo com o prefeito Luciano Rezende, é "aposentar" a ponte para transformar o local em cartão-postal da cidade, semelhante aos encontrados pelo prefeito em Nova Iorque, nos Estados Unidos, que possuem hortas e espaços de contemplação.

Mais de R$ 250 mil foram investidos na contratação dos projetos da Ponte Seca, que ainda não foram iniciados. De acordo com a assessoria da perfeitura, a ordem de serviço deve ser dada em breve.

Polêmica

Há quem diga que a Ponte da Passagem, que liga a parte ilhéu à parte continental do município, em Goiabeiras, é a mais antiga. Em termos gerais, pode se considerar que sim, mas, segundo a professora Leonor Araújo, o que havia no lugar da ponte estaiada de hoje era na verdade um pontilhão, uma estrutura precária de madeira que servia para realizar a travessia, a ser feita de bicicleta ou a pé.

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Por ser a primeira ponte construída pelo Estado e de maior importância econômica para o Espírito Santo, o conjunto formado pelas Cinco Pontes e Ponte Seca pode ser considerado então a "Primeira Ponte". (Reportagem originalmente publicada em 28/03/2015, por Wing Costa)

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