Publicado em 28 de maio de 2015 às 19:50
A Praia de Camburi, urbanizada, com quiosques por toda sua extensão e calçadão iluminado para prática de corrida, passeios de bicicleta e caminhadas era conhecida como "a praia mais democrática da cidade".>
Mas quem vê esse movimento na orla não imagina que, em outros tempos, Camburi exibia apenas um largo caminho de terra com faixa de areia abaixo do nível da estrada.>
Antes uma fazenda conhecida como Sítio Queiroz ou Fazenda Mata da Praia, a região continental de Vitória era ligada à ilha pela Ponte de Camburi. Hoje moderna e com pistas para carros e ciclovia, a ponte não passava de uma singela "pinguela".>
Acompanhando o "boom" do desenvolvimentismo no país nos anos 50, Vitória começou a expandir e a região escolhida para a ocupação foi Camburi, apresentando o maior adensamento urbano da Região Metropolitana da Grande Vitória.>
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O primeiro processo de urbanização foi finalizado nos idos de 1970, terminando o segundo aterro da região em 1972. Testemunha de tudo isso, o empresário Hélio Perim começou a acompanhar mais de perto quando comprou um dos únicos empreendimentos da região, o Hotel Camburi, que se tornaria um dos pontos de referência da orla, o Hotel Aruan.>
"Comprei o hotel em 1967, com 42 quartos. Era tudo terra ainda, depois veio o asfalto, a ponte e eu fui acompanhando tudo isso. Lembro muito bem dos aterros, que começaram com Chrisógono Teixeira, em 1971, e aqueles do doutor Carlitos (Carlitos Von Schilgen, prefeito de Vitória entre 79 e 81)", contou Perim, puxando na memória, do alto de seus 87 anos, as mudanças da orla.>
Veja fotos antigas e seus pontos atuais>
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A obra da ponte mesmo, ainda com duas pistas para "carros pesados", foi concluída em 1981. Já o aterro realizado durante o mandato de Carlitos foi o maior. Utilizando mais de 500 mil metros cúbicos de areia cedida pela Infraero e outros 800 milhões de metros cúbicos para aterrar 2,7 km de praia ao preço de Cr$ 230 milhões, o período comandado por Carlitos também originou os conhecidos pieres de Camburi, com exceção de um, o Píer de Iemanjá.>
Pivô de um imbróglio entre religiosos, a estátua de Iemanjá - que hoje fica no píer próximo à Ponte de Camburi - habitaria inicialmente a Ilha de Socó, no meio do mar e sem qualquer comunicação com o continente. O projeto foi negado e só em 1988 a estátua encontrou seu lugar na ponta do primeiro píer da orla.>
A partir dos anos 2000 muitas outras reformas foram realizadas, com melhoramento do calçadão e construção dos novos quiosques (que também foram alvo de muita polêmica), com a última unidade entregue em 2014.>
Entre obras, inaugurações e polêmicas, a praia pode não ter a mesma movimentação como teve durante os processos de urbanização. A balneabilidade pode não ser a mesma de outrora, bem como o público que frequenta o local, mas fato é que a Orla de Camburi continua tão democrática quanto sempre.>
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Conteúdo originalmente publicado em 30/05/2015>
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