Publicado em 18 de setembro de 2018 às 20:47
Cinco dias após a visita do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) ao Espírito Santo, foi a vez da vice dele na chapa, a senadora Ana Amélia (PP), pedir votos no Estado. Em entrevista coletiva no Centro de Vitória, pouco antes de uma caminhada na região, nesta terça-feira (18), ela defendeu a confiabilidade das urnas eletrônicas, em oposição ao candidato Jair Bolsonaro (PSL), que, após ter sido eleito cinco vezes por esse mesmo sistema, agora o questiona.>
Ana Amélia chegou a propor o Projeto de Lei do Senado n° 406, de 2014, para a adoção do voto impresso, somado às urnas eletrônicas, como forma de auditoria. E também apresentou uma emenda no mesmo sentido à Comissão da Reforma Política (PLC 75/2015). Mas disse não "duvidar de um sistema que está em vigor há tanto tempo". >
"Fui já defensora, autora de uma emenda, para a impressão do voto à urna eletrônica. Estou falando de coisas que eu já fiz. Acredito que é necessário isso, uma confirmação, que tem o apoio dos próprios peritos da Polícia Federal, que é a prova material. Agora, eu não posso duvidar de um sistema que está em vigor há tanto tempo. Vai-se agora suscitar a dúvida sobre sua eficácia?", respondeu, ao ser lembrada que o PSDB questionou o resultado das urnas em 2014 e que o candidato do PSL agora faz o mesmo antes mesmo das eleições. >
"Claro que não há nenhum sistema no mundo, digamos, impermeável a um ataque de hackers, mas os técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmam e reafirmam, asseguram. O próprio presidente do TSE, Dias Toffoli, fez a defesa da urna eletrônica, chamando a atenção de que todos os partidos têm fiscais. Mais ainda: há observadores internacionais para esse acompanhamento para avalizar a lisura e a seriedade da urna eletrônica", complementou.>
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No Centro de Vitória, ela cumprimentou eleitores, sempre acompanhada pelo vice-governador César Colnago, presidente estadual do PSDB, e da vereadora da Capital Neuzinha de Oliveira, presidente do PSDB Mulher no Estado. Ana Amélia ainda comeu pastel, acompanhado de caldo de cana, em uma pastelaria da cidade. >
Confira a entrevista coletiva concedida por Ana Amélia em Vitória:>
Como a senhora vê o movimento mulheres contra Bolsonaro? Há também mulheres que pretendem votar nele, mas há um movimento contrário que se destaca, principalmente, na internet.>
É uma reação extremamente importante. A manifestação das mulheres, que estavam silenciosas. As mulheres começaram também a perceber, fazendo essa reflexão, sobre como estão sendo tratadas. Elas decidiram arregaçar as mangas e fazer a sua parte. Isso é muito importante. As mulheres vão decidir a eleição. As mulheres são a maioria dos eleitores brasileiros e não podem silenciar. E elas não estão dispostas a silenciar, estão dispostas a participar e decidir o resultado dessa eleição. Elas estão protagonizando uma hora histórica para o Brasil, talvez pela primeira vez.>
Fico, como mulher e candidata, com grande vigor. Nós que achamos que tem que haver um empoderamento das mulheres na política, esse é um ato político relevante, talvez tão relevante quanto ter mulheres no parlamento.>
Num eventual segundo turno entre Alckmin e Bolsonaro a senhora acredita que será necessária uma união de forças dos candidatos de centro, inclusive com apoio de alguns candidatos de esquerda, como o PT?>
O Geraldo Alckmin, em todas as simulações de pesquisas, é o único candidato que vence o candidato mencionado por você [Na verdade, na mais recente pesquisa, CNT/MDA, apenas Ciro Gomes, do PDT, vence Bolsonaro no segundo turno]. Se for à disputa, o Bolsonaro vai ser o passaporte para o PT. Eu pergunto se a sociedade está disposta a isso, a esse retorno.>
E num eventual segundo turno entre o candidato do PSL e o PT...>
Isso não vai acontecer porque nós vamos estar no segundo turno para decidir essa eleição. Tenho a convicção porque estamos com força, foco e fé.>
Há o sentimento anti-PT e um sentimento anti-Bolsonaro. A eleição é resumida a essas forças?>
Há líderes que estão fazendo esse jogo, estão se manifestando desta forma. Quem? É um que está no hospital e um que está na cadeia, em Curitiba.>
Após o ataque a Bolsonaro houve mudança na estratégia de campanha?>
Todos mudaram porque a facada foi um ato de violência. Mas nem a bala e nem a faca vamos resolver... Todos mudaram primeiro por solidariedade porque isso é intolerância política e nós não podemos alimentar, nem estimular essa intolerância política que chega às raias do irracional. É inaceitável, um crime condenável, um ataque à própria democracia.>
O brasileiro é cordial. Não pode isso. Sempre tive enfrentamento no Congresso Nacional mas nunca faltei com respeito ao adversário. É esse o jeito do Alckmin trabalhar.>
O PSDB chegou a contestar o resultado das eleições de 2014, o que se provou desnecessário, e agora o candidato Bolsonaro, direto do hospital, contesta as urnas eletrônicas.>
Fui já defensora, autora de uma emenda, para a impressão do voto à urna eletrônica. Estou falando de coisas que eu já fiz. Acredito que é necessário isso, uma confirmação, que tem o apoio dos próprios peritos da Polícia Federal, que é a prova material. Agora, eu não posso duvidar de um sistema que está em vigor há tanto tempo. Vai-se agora suscitar a dúvida sobre sua eficácia? Claro que não há nenhum sistema no mundo impermeável a um ataque de hackers, mas os técnicos do Tribunal Superior Eleitoral afirmam e reafirmam, asseguram. O próprio presidente do TSE, Dias Toffoli, fez a defesa da urna eletrônica, chamando a atenção de que todos os partidos têm fiscais. Mais ainda: há observadores internacionais para esse acompanhamento para avalizar a lisura e a seriedade da urna eletrônica. >
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