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Veja quem são os parlamentares que vão abrir mão de benefícios

Veja quem são os parlamentares que vão abrir mão de benefícios

Dos 42 eleitos no dia 7 de outubro, 12 afirmam que abrirão mão de direitos como auxílio-moradia, carro oficial e diárias

Publicado em 16 de outubro de 2018 às 21:20

especial

Eleita com discurso de mudança, batendo na tecla da austeridade e no bom emprego dos recursos públicos, a maioria dos parlamentares que vai representar o Espírito Santo a partir de 2019 na Assembleia Legislativa, na Câmara dos Deputados e no Senado não pretende abrir mão dos benefícios a que tem direito, como auxílio-moradia, carro oficial, diárias e celular. Dos 42 eleitos no último dia 7, apenas 12 decidiram dispensar algumas dessas regalias.

Dos 30 deputados que vão compor a nova Assembleia, sete responderam que pretendem dispensar algum benefício. São eles: Sergio Majeski (PSB), Enivaldo dos Anjos (PSD), Bruno Lamas (PSB), Carlos Von (Avante), Hércules Silveira (MDB), Fabrício Gandini (PPS) e Pastor Marcos Mansur (PSDB).

Parlamentares estaduais têm direito, além do salário bruto de R$ 25.322,25, a cota parlamentar de até R$ 4,5 mil para despesas de gabinete como cópias reprográficas, diárias, passagens aéreas, postagens, periódicos, combustível, lavagem de veículos, franquia veículo, telefone e material. Eles podem usufruir de carro exclusivo para o mandato, e podem contratar até 19 assessores, com salários de R$ 1.371,56 a R$ 6.313,34.

Assembleia Legislativa: sete dos 30 futuros parlamentares afirmam que abrirão mão de benefícios Crédito: Marcelo Prest

Alguns dos eleitos ouvidos pela reportagem, no entanto, como Lorenzo Pazolini (PRP), José Esmeraldo (MDB), Luciano Machado (PV), Iriny Lopes (PT), Marcos Garcia (PV) e Alexandre Xambinho (Rede) declararam que desconhecem os benefícios aos quais têm direito e, por isso, não poderiam opinar.

Hudson Leal (PRB), Vandinho Leite (PSDB), Raquel Lessa (PROS), Rafael Favatto (Patriota), Janete de Sá (PMN), Dary Pagung (PRP) e Adilson Espindula (PTB) não atenderam às ligações. Euclério Sampaio (DC); o presidente da Assembleia, Erick Musso (PRB); Theodorico Ferraço (DEM) e Capitão Assumção (PSL) informaram que não pretendem abrir mão de nada.

Reeleito com 47.015 votos, tendo sido o mais votado para a Assembleia, Majeski, que no atual mandato abriu mão de benefícios, afirmou que reduziu quase pela metade o número de assessores e pretende continuar assim: "Dos 19, eu só tenho 10 desde o meu primeiro mandato. O carro só uso em casos de extrema necessidade, até porque precisamos fazer muitas viagens. Minha economia de verba de gabinete gira em torno de 70%".

Outro que abrirá mão de benefícios é Hércules Silveira (MDB), que ressaltou que nunca aceitou carro ou combustível em nenhum de seus mandatos. Ele afirma já ter economizado mais de R$ 60 mil em cotas de gabinete.

Já Enivaldo dos Anjos (PSD) disse, por meio de nota, que não usa veículo oficial, combustível, telefones institucionais, diárias e cotas para viagem: "O uso de veículo oficial já não é praticado pelo deputado, assim como a compra de combustível para o seu carro particular, com o qual realiza agendas externas. O mesmo é feito com os telefones institucionais e com diárias e cotas para viagem".

O novato Carlos Von (Avante) afirmou que pretende abdicar de todos os benefícios: "Vou abrir mão de todos os benefícios (carro, gasolina, celular, diárias). Vou também lutar reduzir as despesas da Assembleia, como o posto de saúde, por exemplo".

FEDERAIS

Dos dez deputados federais eleitos, três afirmaram que vão abrir mão de algum benefício: Amaro Neto (PRB), Soraya Manato (PSL) e Felipe Rigoni (PSB).

Os deputados federais recebem salário de R$ 33.763,00. Além disso, no início e no término do mandato, eles têm direito à ajuda de custo equivalente ao valor da remuneração, segundo o Decreto Legislativo 210/2013, para custear despesas de mudança e transporte.

Já o auxílio-moradia é de R$ 4.253,00. Amaro, Soraya e Rigoni disseram que vão abrir mão do benefício. Entretanto, podem optar pelo apartamento funcional.

Cada deputado tem direito à cota parlamentar de R$ 37.423,91. Enquanto o valor mensal da verba de gabinete é de R$ 106.866,59. Eles também têm direito à aposentadoria.

O novato Rigoni disse que vai avaliar os benefícios que terá direito: "Dos 25 assessores que terei direito, vou contratar no máximo 15. Não vou receber auxílio-moradia, porque vou utilizar o apartamento funcional".

Reeleito, Sérgio Vidigal (PDT) afirmou que pretende reduzir o gasto com a verba, mas, para ele, há despesas necessárias para o exercício do mandato, como passagens aéreas.

SENADORES

O senador eleito Marcos Do Val (PPS) afirmou que não receberá auxílio-moradia de R$ 5.500,00. Já o campeão de votos no Estado, Fabiano Contarato (Rede), afirmou, em entrevista ao "Bom Dia Espírito Santo" do dia 9 de outubro, que pretende abrir mão da assistência médica e reduzir o número de assessores.

"Têm alguns privilégios que são lícitos, mas eu considero imoral, e outros privilégios que precisam ser avaliados com cautela e responsabilidade. Com equilíbrio, cautela e responsabilidade abrir mão daquilo que são lícitos, mas são imorais. Tipo: auxílio-moradia, se tem apartamento para ficar", afirmou Do Val.

Os senadores terão direito a remuneração mensal bruta de R$ 33.763,00. A cota parlamentar é de R$ 33.176,60. Eles terão direito ainda a 300 litros de gasolina e 420 litros de álcool, além de cota para telefone.

Os autores são residentes em jornalismo. Texto sob supervisão de Samanta Nogueira

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