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Vale diz que busca respostas para razão do acidente em Brumadinho

Vale diz que busca respostas para razão do acidente em Brumadinho

Barragem foi construída em 1976 pelo método de alteamento a montante; possuía 86 metros de altura e uma área com rejeitos de minério que ocupava 249,5 mil metros quadrados

Publicado em 26 de janeiro de 2019 às 12:40

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Rompimento de barragem em Brumadinho, Minas Gerais. (MOISÉS SILVA/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO)

A Vale informou em nota que está buscando a razão do rompimento de uma barragem de resíduos em Brumadinho (MG), ocorrida ontem. Segundo a mineradora, a Barragem I da Mina Córrego do Feijão tinha como finalidade a disposição de rejeitos provenientes da produção. A mesma estava inativa (não recebia rejeitos), não tinha a presença de lago e não existia nenhum outro tipo de atividade operacional em andamento. No momento, encontrava-se em desenvolvimento o projeto de descomissionamento da mesma.

A empresa lembra que a barragem foi construída em 1976, pela Ferteco Mineração (adquirida pela Vale em 27 de Abril de 2001), pelo método de alteamento a montante. A altura da barragem era de 86 metros, o comprimento da crista de 720 metros. Os rejeitos dispostos ocupavam uma área de 249,5 mil m2 e o volume disposto era de 11,7 milhões de m3.

Conforme a Vale, a Barragem I possuía Declarações de Condição de Estabilidade emitidas pela empresa TUV SUD do Brasil, empresa internacional especializada em Geotecnia. As Declarações de Condição de Estabilidade foram emitidas em 13/06/18 e em 26/09/18, referentes aos processos de Revisão Periódica de Segurança de Barragens e Inspeção Regular de Segurança de Barragens, respectivamente, conforme determina a portaria DNPM 70.389/2017. "A barragem possuía Fator de Segurança de acordo com as boas práticas mundiais e acima da referência da Norma Brasileira. Ambas as declarações de estabilidade mencionadas atestam a segurança física e hidráulica da barragem", diz.

A empresa afirma ainda que a barragem passava por inspeções de campo quinzenais, todas reportadas à Agência Nacional de Mineração (ANM) através do Sistema Integrado de Gestão de Segurança de Barragens de Mineração (SIGBM). Sendo que a última inspeção cadastrada no sistema da ANM foi executada em 21 de dezembro de 2018. Adicionalmente, a mesma passou por inspeções em 8 e 22 de janeiro de 2019, com registro no sistema de monitoramento da Vale. O cadastramento da inspeção na ANM, conforme legislação, deve ser executado até o final da quinzena seguinte. Todas estas inspeções não detectaram nenhuma alteração no estado de conservação da estrutura.

"A Barragem possuía 94 piezômetros e 41 INAs (Indicador de Nível D'Água) para seu monitoramento. As informações dos instrumentos eram coletadas periodicamente e todos os seus dados analisados pelos geotécnicos responsáveis pela barragem. Dos 94 piezômetros, 46 eram automatizados", afirma a empresa.

Segundo a Vale, a barragem possuía Plano de Ações Emergenciais de Barragem de Mineração (PAEBM). O mesmo foi protocolado nas Defesas Civis Federal, Estadual e Municipal, entre os meses de junho e setembro de 2018. "O PAEBM foi construído com base em um estudo de ruptura hipotética, que definiu a mancha de inundação. Além disso, a barragem possuía sistema de vídeo monitoramento, sistema de alerta através de sirenes (todas testadas) e cadastramento da população à jusante. Também foi realizado o simulado externo de emergência em 16 de julho de 2018, sob coordenação das Defesas Civis, com o total apoio da Vale, e o treinamento interno com os funcionários em 23 de outubro", informa.

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"Diante de todos os pontos descritos acima, estamos ainda buscando respostas para o ocorrido", afirma a mineradora.

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