Publicado em 14 de julho de 2021 às 21:28
O servidor do Ministério da Saúde que denunciou suspeitas de irregularidades no processo de importação da vacina indiana Covaxin presta depoimento à Polícia Federal, nesta quarta-feira (14). Luís Ricardo Miranda afirma que recebeu pressões "atípicas" de superiores para viabilizar a compra dos imunizantes. >
A denúncia foi um dos fatores que levaram à demissão do então diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, e à suspensão do contrato de R$ 1,6 bilhão para a compra de 20 milhões de doses.>
O inquérito aberto pela PF apura se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cometeu crime de prevaricação diante das denúncias levadas a ele no dia 20 de março pelo servidor e pelo irmão dele, o deputado Luis Miranda (DEM-DF).>
O depoimento do parlamentar foi marcado para a próxima terça-feira (20). A data foi confirmada após o gabinete de Miranda se recusar a receber uma intimação da PF, na terça, para que ele se apresentasse para depor.>
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No dia 24 de junho, cerca de três meses depois de Bolsonaro ser informado por Miranda sobre as possíveis irregularidades no processo de aquisição da vacina, o presidente ainda não havia acionado a PF para investigar o caso.>
De acordo com os irmãos Miranda, no diálogo, em março, o presidente se prontificou a reportar as suspeitas à PF.>
O inquérito para investigar as denúncias apresentadas por Luis Miranda a Bolsonaro só foi instaurado no dia 30 de junho por ordem do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.>
Entre as supostas irregularidades apontadas pelo servidor, o fato de primeira "invoice" apresentada pela empresa contratada (uma espécie de nota fiscal necessária para a importação) não estar de acordo com o contrato. Uma das inconsistências seria o pedido de pagamento antecipado de US$ 45 milhões.>
As vacinas são produzidas pelo laboratório indiano Bharat Biotech. A negociação foi intermediada pela Precisa Medicamentos. O grupo empresarial ao qual essa empresa pertence tem movimentações financeiras atípicas e está no foco da CPI da Covid.>
Luis Ricardo Miranda era o chefe da Divisão de Importação do ministério. Ele e o irmão afirmam que a pressão partiu do então chefe imediato, tenente-coronel Alex Marinho, coordenador de logística; de Roberto Dias, então diretor de logística; do então secretário-executivo da pasta, coronel Elcio Franco; e do coronel Marcelo Pires, assessor de Elcio.>
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