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Pressionado por CPI, Pacheco propõe pacto nacional e reunião com Bolsonaro

Pressionado por CPI, Pacheco propõe pacto nacional e reunião com Bolsonaro

Presidente do Senado tenta encampar o "pacto federativo" para dar sustação a seu discurso de que este é o momento de buscar soluções, e não culpados

Publicado em 18 de março de 2021 às 15:47- Atualizado há 3 anos

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. (Pedro França/Agência Senado)

Pressionado para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e investigar a conduta do governo federal na crise de covid-19, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), propôs um pacto nacional para conter o avanço da doença e tentará promover uma reunião na próxima semana com o presidente Jair Bolsonaro e autoridades.

A intenção é chamar governadores, prefeitos, parlamentares e associações para uma mesa de negociação. A sugestão foi feita durante reunião de líderes do Senado, na manhã desta quinta-feira (18), mas dependerá da articulação com o Palácio do Planalto. Na conversa, parlamentares relataram situações dramáticas de pessoas que perderam a vida em função da covid-19 à espera de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e pressionaram Pacheco a instalar a CPI. Conforme relatos feitos à reportagem, os senadores Leila Barros (PSB-DF) e Fabiano Contarato (Rede-ES) foram às lágrimas durante a reunião interna.

No final da reunião, Pacheco foi ao Twitter e cobrou de Bolsonaro uma coordenação nacional contra a covid-19. O senador pediu ações do Ministério da Saúde e falou em colaboração dos demais Poderes, dos Estados e dos municípios. Na avaliação de interlocutores, o presidente do Senado quer dar um "voto de confiança" para o próximo ministro da Saúde. Bolsonaro escolheu o médico Marcelo Queiroga para comandar a pasta. A expectativa no Senado é que Queiroga tome posse no cargo no próximo dia 23.

"Sentar à mesa, planejar e AGIR, o mais rapidamente possível. Isso é fundamental! A situação crítica do Brasil exige a coordenação do presidente da República, ações do Ministério da Saúde e toda colaboração dos demais Poderes, governadores, prefeitos e instituições", publicou Pacheco no Twitter, escrevendo a palavra "agir" em letras maiúsculas.

Na quarta-feira (17),  o País teve 2.736 mortes por covid-19 em um único dia, registrando pela primeira vez uma média móvel diária acima de 2 mil óbitos. Das 27 unidades da Federação, 25 Estados e o Distrito Federal estão com taxas de ocupação dos leitos de UTI para casos da doença iguais ou superiores a 80%. Nesta quinta, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar as medidas de lockdown e apontou um suposto movimento para tirá-lo do poder. 

O Senado quer chamar o futuro ministro para uma audiência pública na Casa. A intenção é articular uma sabatina informal com o futuro chefe da pasta uma semana após a posse. Na mesa do presidente do Senado, está um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a conduta do governo federal na crise de covid-19.

Pacheco tem descartado instalar a CPI neste momento, mas senadores avaliam que a investigação pode se tornar inevitável se o Executivo não oferecer respostas satisfatórias ao colapso na saúde. Mesmo que seja instalada, porém, a comissão pode ficar sem funcionamento efetivo durante o funcionamento remoto do Congresso.

"Não dá para jogar todas as esperanças em uma CPI, embora seja importante. Mas também não dá para esperar terminar a pandemia, quando haverá uma grande euforia no mundo inteiro, para se ouvir aquela famosa frase para mim detestável: deixe o passado para lá e vamos viver adiante", afirmou o líder da minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN), para quem a CPI será inevitável se o governo não der respostas satisfatórias, como vacinas e insumos, em um prazo de duas semanas após a posse do novo ministro. "Quando se fala de quantas morreram, não dá para deixar de olhar no retrovisor", disse.

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