Um dos partidos palacianos que chegou a aventar lançar candidatura própria ao governo do Estado - com o deputado estadual Amaro Neto - para ser o substituto, sucessor e representante do legado do governador Paulo Hartung (MDB), o PRB acabou nos braços do PSL do deputado federal Carlos Manato, agora ele próprio postulante ao Palácio Anchieta.
Manato, com ênfase para a questão greve da Polícia Militar - a anistia que ele quer ver concedida - tem postura oposta ao emedebista, sem falar no palanque para o presidenciável Jair Bolsonaro, que o coloca ideologicamente ainda mais distante do Palácio Anchieta.
Ainda assim, diante da impossibilidade de uma aliança proporcional (para eleger deputados estaduais e federais) com o grupo da senadora Rose de Freitas (Podemos), outra candidata ao governo do Estado que também não é próxima do governador, mas que agora conta com o apoio do MDB, o PRB buscou outro caminho. E tendo como um dos principais articuladores o ex-secretário da Casa Civil Roberto Carneiro.
Na noite da última sexta-feira (03), após o naufrágio das tratativas de até então, Carneiro, o ex-prefeito de Vila Velha Rodney Miranda e o deputado estadual Amaro Neto - trio do PRB - foram à casa de Manato.
"Passamos quase vinte dias discutindo coligação. Alguns fechamentos se deram, com alguns partidos satisfeitos e outros insatisfeitos. As conversas foram mudando ao longo do caminho. O PRB tentou o entendimento com a Rose", contou Carneiro.
"O partido cresceu muito. Passou a ter quatro deputados estaduais. Quando tem muita gente, tem que discutir num fórum mais amplo", ponderou, ao ser questionado pela reportagem sobre a nova guinada do PRB. Amaro complementou: "E o governador Paulo Hartung não é candidato".
Manato também destacou que tem, sim, postura crítica ao governo. Mas em questões pontuais. "E não tive nenhum envolvimento com o movimento (a greve da PM). Só defendi a anistia. Só tomei posição depois que o movimento tinha acabado", frisou.
"E o governo foi mal mesmo naquela crise." A intervenção foi do senador Magno Malta (PR).
PRB, PSL e PR agora caminham juntos. As convenções de PSL e PR são realizadas neste domingo (05), no limite do prazo. A do PRB, no sábado (04), deixou tudo em aberto, linhas a serem preenchidas com o desfecho anunciado no próprio sábado à tarde.
REVIRAVOLTAS
A mais recente guinada do PRB não foi a única a ser protagonizada pela sigla e mexer com o mercado político. O partido lançaria Amaro Neto ao Senado mas, por definição da direção nacional, ele acabou sendo realocado para a disputa a Câmara. Ainda no cenário anterior, Amaro posou todo sorridente ao lado de Rose.
O PRB chegou a assinar uma carta em apoio à senadora. Mas na noite de sexta-feira (03), o secretário-geral do partido no Estado, Devanir Ferreira, já avisava: "Não é nosso desejo trocar a majoritária, nosso desejo é caminhar com a Rose. Mas infelizmente a gente não conseguiu fechar a proporcional. A chapa de federal não fecha. Já fizemos o sacrifício que é descer o Amaro (Neto) para federal. Não podemos matar nossa chapa".
O PROS, que chegou a declarar apoio a Hartung, caso este fosse candidato, e ainda ao PRB, não ficou nem com um - pela impossibilidade fática, claro - nem com outro. O partido selou aliança com o time do ex-governador Renato Casagrande (PSB).
BOLSONARO NÃO VEM
O deputado federal Jair Bolsonaro, que era aguardado no evento do PR, não vai poder comparecer. Ele já esteve no Estado na semana passada e voltaria neste domingo. Mas tem outra convenção para comparecer em São Paulo.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta