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Pesquisadores conseguem reverter Alzheimer em estudo

Pesquisadores conseguem reverter Alzheimer em estudo

Cientistas descobriram como fazer desaparecer placas de proteínas que prejudicam função cognitiva

Publicado em 14 de fevereiro de 2018 às 19:55

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À esquerda, o cérebro de um rato de dez meses de vida com Alzheimer com placas-amiloides (em vermelho). (Hu et al., 2018/ Divulgação)

Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Lerner, em Cleveland, nos Estados Unidos, descobriram que “esgotar” gradativamente uma enzima chamada BACE1 pode reverte a formação de placas da proteína beta-amiloides (APP) nos cérebros de ratos com Alzheimer, melhorando assim suas funções cognitivas. O estudo, publicado nesta quarta-feira (14) no jornal científico de Medicina Experimental, traz esperanças para que medicamentos alvejando tal enzima sejam capazes de tratar efetivamente a doença em humanos.

Um dos primeiros eventos associados ao Alzheimer é um acúmulo anormal da proteína beta-amiloide, o que pode adquirir um grande formato, transformando-se em placas amiloides no cérebro. Isso prejudicar a função das sinapses neuronais.

Também conhecida como enzima beta-secretase, a BACE1 ajuda na produção de beta-amiloide. Drogas que inibam a BACE1 estão, portanto, sendo desenvolvidas como um potencial tratamento contra Alzheimer. Mas, como a BACE1 controla muitos processos importantes pela clivagem de proteínas além da APP, essas drogas podem ter sérios efeitos colaterais.

ENTENDA O EXPERIMENTO

Diante disso, ratos com ausência total de BACE1 sofrem severos danos no desenvolvimento neurológico. Para investigar se a inibição de BACE1 em adultos poderia ser menos prejudicial, o cientista Riqiang Yan e seus colegas geraram ratos que gradualmente perderam essa enzima enquanto envelheciam. Esses animais se desenvolveram normalmente e parecem ter mantido perfeitamente sua saúde ao longo do tempo.

Os pesquisadores então juntaram esses ratos no laboratório para se reproduzirem com ratos que começavam a desenvolver placas amiloides e Alzheimer quando tinham 75 dias de vida. Os animais dessa prole também formaram placas nesta idade, mesmo que seus níveis de BACE1 estivessem cerca de 50% abaixo do normal.

Notavelmente, entretanto, as placas começaram a desaparecer conforme os ratos cresciam e iam perdendo BACE1. Até atingirem dez meses de vida, os animais não tinham placas em seus cérebros.

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"Segundo o nosso conhecimento, essa é a primeira observação de tamanha reversão do depósito de amiloide em qualquer estudo com ratos sobre Alzheimer," afirmou Yan. "Nosso estudo mostra que os inibidores de BACE1 têm o potencial para tratar pacientes com Alzheimer sem toxicidade indesejada".

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