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Operação mira grupo que invadia banco de dados para livrar membros do CV de prisão

Operação mira grupo que invadia banco de dados para livrar membros do CV de prisão

Estão sendo cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em Minas Gerais; duas pessoas foram presas

Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 16:14

Homem foi levado à 126ªDP, em Cabo Frio (RJ) e aguarda transferência para o Espírito Santo
A investigação é da 126ªDP, em Cabo Frio (RJ) Crédito: Divulgação/PMRJ

Um grupo suspeito de invadir sistemas de mandados de prisão e alterar as informações para beneficiar integrantes do Comando Vermelho é alvo de uma operação na região dos Lagos, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (18). Estão sendo cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão no estado e em Minas Gerais. Até o momento, duas pessoas foram presas. A investigação é da 126 ªDP (Cabo Frio).

De acordo com a polícia, em julho deste ano agentes identificaram que criminosos ofereciam a exclusão de mandados de prisão do sistema do Tribunal de Justiça mediante pagamento de R$ 3.000. As divulgações do esquema traziam referências explícitas ao Comando Vermelho, direcionando o "serviço" a integrantes da facção.

O esquema era feito por hackers que utilizavam VPN e credenciais furtadas de servidores do Judiciário para acessar o BNMP (Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões). Como não era possível excluir os mandados, os criminosos alteravam dados que permitiam a localização da ordem judicial. Assim, ao consultar o sistema com o nome correto, policiais não encontravam o registro, gerando a falsa impressão de inexistência do mandado. Ainda segundo a investigação, os criminosos também ameaçavam os contratantes, afirmando que, caso o pagamento não fosse efetuado, seriam emitidos novos mandados de prisão contra eles.

Segundo a polícia, a investigação identificou primeiramente os responsáveis pela divulgação dos anúncios nas redes sociais. Em seguida, passou a "seguir o fluxo financeiro" e chegou aos demais envolvidos. A namorada de um dos suspeitos, ainda de acordo com a polícia, recebia em sua conta bancária o valor arrecadado pela quadrilha e, por meio da movimentação bancária foi possível identificar um "intercâmbio financeiro" com outros suspeitos de Minas Gerais e localizar o líder do esquema.

O criminoso já trabalhou em empresas de certificados digitais e conseguiu apagar um mandado de prisão da Justiça Federal do Rio de Janeiro. Ao perceber o êxito, passou a oferecer os serviços a terceiros. O homem havia sido preso por agentes da 36ª DP (Santa Cruz) em setembro deste ano, por violação do segredo profissional, associação criminosa e estelionato.

Até o momento, as investigações não indicam envolvimento direto de servidores públicos. Segundo os agentes, esses profissionais teriam sido vítimas do roubo de dados de login e senha.

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