Uma operação conjunta entre as polícias Militar e Rodoviária Federal de Minas Gerais na madrugada deste domingo (31) terminou com a morte de 25 pessoas suspeitas de planejar assaltos a bancos em Varginha (MG).
Segundo a PRF, todos eram integrantes de uma quadrilha que utilizava a tática de assalto conhecida como "novo cangaço". Nela, grupos de criminosos fortemente armados, em geral entre 15 e 30 pessoas, chegam durante a madrugada a cidades de pequeno e médio portes em comboios de veículos para praticar as ações.
Os criminosos alugaram sítios que ficavam nos dois extremos da cidade de Varginha e, de acordo com a polícia, estavam na fase de planejamento de uma possível ação na região.
O tráfego de comboios de caminhonetes por estradas da região chamou a atenção de moradores, que denunciaram à polícia a movimentação suspeita.
Comandante do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar de Minas Gerais, o tenente-coronel Rodolfo Morotti Fernandes disse que, assim que foram identificados os sítios onde estavam os suspeitos, a polícia traçou uma estratégia de abordagem. Mas foi recebida com tiros pelos suspeitos.
"Os militares precisaram revidar à agressão para proteger suas vidas", afirmou Fernandes , que classificou a ação integrada das polícias como um sucesso.
"Acredito que o sucesso da operação se dá ao passo que uma grande ação criminosa que poderia ter danos incalculáveis à cidade e às pessoas foi respondida com ação integrada, precisa, onde nenhum policial e nenhum civil inocente foi ferido", disse.
Os corpos dos suspeitos ainda estão em processo de identificação, mas a polícia antecipou que ao menos cinco deles são da cidade de Uberaba.
O comandante do Bope ainda afirmou que, pela forma de planejamento, armamentos e explosivos, há suspeitas de que a quadrilha seja a mesma que atuou em assaltos a banco com táticas de "novo cangaço" nas cidades de Criciúma (SC), Araçatuba (SP) e Uberaba (MG).
A ação mais recente aconteceu em agosto em Araçatuba, a 521 km de São Paulo. Criminosos fortemente armados explodiram e roubaram duas agências bancárias, fizeram moradores reféns, dispararam bombas e atearam fogo em veículos durante a fuga. Ao menos três pessoas acabaram mortas na ação, e outras quatro ficaram feridas. Segundo a Polícia Militar, um morador de rua foi atingido pela explosão de uma das bombas deixadas nas ruas e teve os pés e uma das mãos decepados.
A Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal divulgaram fotos de um arsenal apreendidos em dois locais de confronto com os suspeitos. As imagens mostram fuzis, metralhadoras, escopetas, munição de diversos calibres, explosivos, coletes a prova de bala e veículos roubados, segundo a PRF. Há também equipamentos utilizados para atrapalhar a atuação da polícia durante a ação, como os "miguelitos", pregos retorcidos usados para furar os pneus de viaturas.
"A gente quer evitar a todo momento o confronto. Não vamos comemorar nenhuma morte. Não é a intenção da Polícia Militar de Minas Gerais nem da Polícia Rodoviária Federal. Mas foi uma atuação precisa da nossa inteligência", afirmou a capitão Layla Brunella, porta-voz da PM-MG, em vídeo publicado nas redes sociais da corporação.
"Muito provavelmente é a maior operação contra o 'novo cangaço' feita no país. Os infratores provavelmente fariam um roubo na data de amanhã, ou hoje, e foram surpreendidos pelo nosso serviço de inteligência integrado à Polícia Rodoviária Federal", disse ela.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), comentou em suas redes sociais a operação das polícias em Varginha. "Em Minas a criminalidade não tem vez. As Forças de Segurança do Estado trabalham com inteligência e integração para impedir ações criminosas. [...] Parabéns a todos heróis envolvidos! Estamos trabalhando para que Minas siga sendo o Estado mais seguro do país".
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