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OMS declarou emergência global para varíola dos macacos, a sexta em 20 anos

OMS declarou emergência global para varíola dos macacos, a sexta em 20 anos

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Após semanas de indefinição, a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou nesta segunda-feira (25) emergência sanitária global para a varíola dos macacos. Trata-se da sexta emergência global declarada nos últimos 20 anos para cinco doenças diferentes.

Publicado em 25 de julho de 2022 às 14:51

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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Após semanas de indefinição, a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou nesta segunda-feira (25) emergência sanitária global para a varíola dos macacos. Trata-se da sexta emergência global declarada nos últimos 20 anos para cinco doenças diferentes.

Segundo a OMS, uma emergência de saúde pública de importância global é anunciada quando há "um evento extraordinário que constitui um risco à saúde pública de outros Estados através da disseminação internacional da doença".

Com a decisão, os governos são convocados a intensificarem o monitoramento da doença, já que para lidar com a nova crise será preciso ação coletiva: os países precisam se preparar para medidas de contenção, como detecção precoce, isolamento e gerenciamento de casos.

Antes da varíola dos macacos, a OMS já havia declarado emergência global por outros cinco motivos nos últimos anos, como o novo coronavírus, em 2020.

VEJA COMO FOI:

1. Coronavírus (2020)

O anúncio da OMS de que a transmissão do coronavírus se tratava de uma emergência global ocorreu em uma quinta-feira, 30 de janeiro de 2020. A decisão foi tomada após 200 mortes e quase 12 mil casos registrados na China, de onde, suspeita-se, o vírus partiu.

O status de pandemia, no entanto, só foi decretado em 11 de março daquele ano, quando o número de casos na China já havia ultrapassado os 122 mil.

Nesta segunda, o número de infectados no mundo ultrapassa 569 milhões de pessoas, com 6,3 milhões de mortos. Só no Brasil 33,6 milhões se infectaram e 677 mil morreram.

O aumento de casos e mortes só diminuiu depois que os principais laboratórios farmacêuticos do mundo desenvolveram vacinas contra a doença.

A China foi a primeira a vacinar, ainda em julho de 2020. Foi seguida pelos Estados Unidos, Rússia e União Europeia, que fizeram o mesmo ainda em dezembro.

No Brasil, a vacinação começou em 17 de janeiro do ano passado, mas só deslanchou no meio do ano após enfrentar falta de doses, campanha negacionista do presidente Jair Bolsonaro (PL) e suspeita de corrupção investigada por uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) aberta no Senado.

2. Ebola - Foram duas emergências (2014 e 2019)

A primeira emergência global declarada pela OMS ocorreu em agosto de 2014 e durou até março de 2016. Ao todo, 11 mil pessoas morreram após contrair ebola depois de quase 30 mil infecções na África Oriental.

Os sintomas começam com febre alta repentina, muita fraqueza e dores musculares, na cabeça e na garganta. Em seguida, o paciente apresenta vômitos, diarreia, feridas na pele, disfunção renal e hepática e, em alguns casos, sangramento.

Depois da primeira emergência global, uma segunda foi anunciada em outubro de 2019 em razão de novo surto na República Democrática do Congo. Até junho de 2020, quando a emergência global foi suspensa, 3.470 pessoas haviam ficado doentes e 2.280 morreram.

3. Zika (2016)

A OMS declarou emergência de saúde global para o vírus da zika em fevereiro de 2016, graças a uma rápida disseminação iniciada no continente americano.

Essa foi a primeira vez que uma emergência de saúde global foi decretada para uma doença transmitida por mosquito. O zika é transmitido pela picada do Aedes Aegypti, provocando doenças como microcefalia e síndrome de Guillain-Barré.

Seus sintomas se parecem com o da dengue, transmitido pelo mesmo vetor: febre alta, dor de cabeça, nos músculos e nas articulações, além de inflamação geralmente nas mãos e pés que pode durar por até uma semana.

Quando a emergência foi suspensa, em novembro de 2016, mais de 2,3 mil pessoas haviam sido infectadas em pelo menos 86 países.

A doença é especialmente perigosa durante a gravidez porque o bebê pode nascer com microcefalia ou outras malformações congênitas. Além disso, é comum a ocorrência de parto prematuro e aborto espontâneo.

4. Poliomielite (2014)

Perto da erradicação um ano antes, o número de casos de poliomielite disparou em 2013, ao ponto de a OMS declarar emergência de saúde global em maio de 2014.

Naquela ocasião, dez países da Ásia, Oriente Médio e África registraram surtos que poderiam se espalhar para outras regiões do mundo graças à globalização. Só em 2014, foram notificados 359 casos de poliomielite selvagem, distribuídos por doze países.

Doença infecciosa, a poliomielite afeta o sistema nervoso principalmente de crianças. Ela é transmitida por meio do contato com secreções respiratória e fezes.

Uma em cada 200 infecções resulta em paralisia irreversível, geralmente das pernas. Entre 5% e 10% dos doentes acabam morrendo de paralisia dos músculos respiratórios.

Os casos, no entanto, retrocederam em mais de 99% desde 1988, de uma estimativa de 350 mil casos, naquele ano, para seis relatados em 2021.

Em razão de infecções recentes no Afeganistão e do grande número de crianças não vacinadas na região, o estado de emergência de saúde global para a poliomielite ainda é válido.

"Enquanto houver apenas uma criança infectada, crianças em todos os países correm o risco de contrair poliomielite", diz a OMS.

5. Influenza A (H1N1) (2009)

O vírus influenza A (H1N1) surgiu oficialmente no México em abril de 2009 e rapidamente se espalhou pelo mundo.

Os sintomas eram febre, tosse, dor de garganta, fadiga, dores musculares e dores de cabeça.

Em junho daquele ano, a OMS classificou a influenza A como emergência de saúde global, status que caiu 14 meses depois, em agosto de 2010.

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A OMS estimou em 491 mil os casos confirmados em laboratório, mas com suspeita de até 1,4 bilhão de infecções em todo o mundo. Já as mortes confirmadas em laboratório somaram 18.449, muito abaixo das estimativas não oficiais, de 284 mil mortes.

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