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Musk diz que respeita leis do Brasil, mas que recusa ordens que as contrariem

Musk diz que respeita leis do Brasil, mas que recusa ordens que as contrariem

Perfil oficial do X afirma que as ordens judiciais que a empresa recebeu não estão de acordo com o Marco Civil da Internet e com a Constituição

Publicado em 11 de abril de 2024 às 10:03

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BRASÍLIA - O empresário e dono do X (antigo Twitter), Elon Musk, usou, novamente, a rede social para comentar sobre as decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para suspensão de contas na plataforma. Na publicação desta quarta-feira (10), o bilionário disse que o X respeita as leis brasileiras, mas que tem que recusar ordens que as contrariem.

"X respeita as leis do Brasil e de todos os países em que atuamos. Quando recebemos uma ordem para infringir a lei, devemos recusar", escreveu em publicação na plataforma.

O CEO da Tesla, Elon Musk ao visitar a fábrica de carros elétricos da empresa em   Gruenheide, perto de Berlim, leste da Alemanha
Elon Musk usou a rede social para comentar sobre as decisões do STF. (EBRAHIM NOROOZI/AP)

Desde sábado (6), o empresário tem utilizado a rede social para tecer críticas ao ministro. Elon Musk afirmou que removeria as restrições determinadas por Moraes e que o ministro da Suprema Corte deveria "renunciar ou sofrer um impeachment" por "trair descaradamente e repetidamente a Constituição e a população do Brasil".

Em resposta, Moraes incluiu o bilionário como investigado no inquérito das milícias digitais por "dolosa instrumentalização" da rede social. O ministro também ordenou a abertura de um inquérito à parte sobre o empresário por suposta obstrução de Justiça "inclusive em organização criminosa e incitação ao crime".

A publicação feita por Musk nesta quarta (10) foi em resposta a uma nota publicada no perfil da equipe de Assuntos Governamentais Globais do X. O texto diz que as ordens judiciais que a empresa recebeu não estão de acordo com o Marco Civil da Internet e com a Constituição Federal brasileira.

"As pessoas devem saber por que suas contas estão bloqueada ou por que estão sendo investigadas, e devem ter direito ao devido processo para se defenderem em um tribunal público. Acreditamos que esse direito é garantido pela Lei do Marco Civil e pela Constituição Federal do Brasil. O sigilo em torno desse processo está prejudicando a confiança nas instituições públicas", diz a postagem da equipe.

Durante sessão plenária do STF, nesta quarta (10), o ministro Alexandre de Moraes se manifestou publicamente sobre a polêmica iniciada pelo empresário. "Talvez alguns alienígenas não saibam, mas passaram a aprender e tiveram conhecimento, da coragem e seriedade do Poder Judiciário brasileiro", disse.

"A população brasileira, as pessoas de bem, sabem que liberdade de expressão não é liberdade de agressão, não é liberdade para proliferação do ódio, do racismo, da misoginia, da homofobia, não é liberdade de defesa da tirania", emendou o ministro.

O ministro Gilmar Mendes saiu em defesa de Moraes e disse que ele tem sido "vítima de injustas agressões físicas e virtuais". O decano da Corte ainda cobrou a regulamentação das redes sociais pelo Congresso e defendeu que a atualização da legislação é o caminha para enfrentar a circulação de fake news e discursos antidemocráticos na internet.

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