Publicado em 10 de abril de 2025 às 13:18
SÃO PAULO - O Brasil registrou uma queda no número de matrículas no ensino básico e na EJA (Educação de Jovens e Adultos), na rede pública. Por outro lado, o país teve uma alta de alunos em creches, no ensino médio, na educação especial, no ensino integral e no profissional.>
É o que mostra o perfil educacional no Brasil apresentado pelos dados do Censo Escolar 2024.>
O levantamento do Ministério da Educação aponta também que o país tem 2,3 milhões de professores atuando em 179,2 mil escolas de educação básica.>
Em relação aos diretores de escola, dos 163.987 profissionais que fazem a gestão das unidades, 80,6% são do sexo feminino e 91,4% têm formação superior.>
>
Apenas 22,6% dos diretores possuem curso de formação continuada, com no mínimo 80 horas, em gestão escolar, aponta o Censo.>
Os dados da pesquisa foram apresentados nesta quarta (9) pelo ministro da Educação, Camilo Santana. O censo é de responsabilidade do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), ligado ao MEC. A divulgação atrasou mais de dois meses.>
Em relação à localização, das 47,1 milhões de matrículas nas 179,3 mil escolas de educação básica no Brasil, 398 mil estão em assentamentos. O Censo aponta ainda que existem 294 mil alunos em comunidades indígenas e 279 em comunidades quilombolas.>
No ano passado foram 47,1 milhões de matrículas nas 179,3 mil escolas de educação básica no Brasil.>
Esse número representa cerca de 216 mil matrículas a menos em comparação com o ano de 2023, ou seja, uma redução de 0,4%.>
Enquanto nesse período a rede pública teve uma queda de aproximadamente 380 mil matrículas, a rede privada de ensino cresceu 1%.>
Os municípios respondem por 49,1% dos alunos, e a rede privada, por 20,2%. Na educação básica, a União tem uma participação menor que 1%.>
Em 2023, o atendimento de crianças de até 3 anos foi de 38,7% do público alvo, o que representa uma alta de 3,7 pontos percentuais em relação ao número de vagas de 2019 (período pré-pandemia).>
De 2023 para 2024, o número de crianças matriculadas em creches aumentou apenas 1,5%, passando de 4,12 para 4,18 milhões de alunos.>
O Censo Escolar de 2024 registrou 78,1 mil creches em funcionamento com 33,1% dos alunos na rede privada, num total de 1,38 milhões de crianças. Na rede pública, o número de alunos é de 2,8 milhões.>
Dos alunos de creches públicas, 99,8% estão matriculados em escolas municipais.>
Pela primeira vez, o número de crianças pretas e pardas ultrapassou o de brancas que são atendidas nas creches. >
Na pré-escola, que atende crianças de 4 e 5 anos, não apenas não houve avanço, mas o país ainda retrocedeu e registrou queda de matrículas.>
Em 2024, o país tinha 34.079 alunos a menos nessa etapa — uma queda de 0,7% em relação a 2023.>
A rede privada responde por 22,1% dos alunos da pré-escola.>
Segundo os dados do Censo, com 10,1 milhões de alunos, a rede municipal registra 69,7% das matrículas dos anos iniciais do ensino fundamental e concentra 86,8% dos alunos da rede pública.>
Ainda de acordo com a pesquisa, 99,5% das crianças entre 6 e 14 anos frequentam escola.>
O ensino fundamental concentra, ao todo, 26 milhões de alunos.>
Foram registradas 11,5 milhões de matrículas nos anos finais desta etapa de ensino em 2024, o que representa uma queda de 1,5%.>
A rede estadual de ensino possui 4,5 milhões de alunos, 39,3% do total de matrículas dos anos finais do ensino fundamental.>
As redes públicas do país registraram no ano passado um total de 6.759.848 matrículas, com um leve aumento em relação ao ano anterior (quando eram 6.690.396 alunos).>
Ao se observar a idade dos estudantes no ensino médio, também há pequenos avanços. No ano passado, 87% dos matriculados em escolas públicas tinham até 17 anos, idade ideal para a etapa. Em 2019, antes da pandemia, esse percentual era de 82%.>
A maioria absoluta dos estudantes de ensino médio da rede pública (96%) está em escolas estaduais: um total de 6,45 milhões. O restante é vinculado a unidades federais e municipais.>
O ensino médio público representa 87% do total de alunos da etapa em 2024. O restante está em escolas privadas: 1.030.548 alunos.>
Total de alunos, em 2024, na educação básica como um todo — que vai da creche ao ensino médio. Isso considerando todas as redes, públicas e privadas.
O número de alunos matriculados na educação especial mais do que dobrou no Brasil na última década.>
Em dez anos, o número de alunos com transtorno do espectro autista cresceu mais de 20 vezes nas escolas do país.>
O número de alunos na educação especial passou de 930,6 mil, em 2015, para 2,07 milhões de alunos, no ano passado, sendo que 92,6% deles estudam em classes comuns.>
O maior aumento ocorreu entre os que têm diagnóstico do transtorno do espectro autista.>
Em 2015, eram 41.194 alunos com autismo. No ano passado, esse número chegou a 884.403 — um aumento de mais de 20 vezes.>
Os resultados mostram que o país tinha, no ano passado, 1,56 milhão de alunos do ensino médio estudando em tempo integral na rede pública o que representa 23,1% do total de matrículas dessa etapa.>
O número é duas vezes superior ao que era registrado há dez anos, quando o país tinha 477 mil alunos em tempo integral.>
Outra meta não alcançada, apesar de o país ter avançado, foi a que previa triplicar as matrículas na educação profissional técnica de nível médio.>
Na época da implementação do plano, o país tinha 1,6 milhão de matrículas nessa modalidade, assim o país deveria ter alcançado no ano passado a marca de 4,8 milhões de matriculados.>
Segundo o Censo Escolar, em 2024, o país tinha 2,38 milhões de matrículas de nível médio no ensino técnico.>
dos estudantes de ensino médio cursam o ensino técnico. A média dos países da OCDE, clube de países ricos, é de cerca de 40%.
O Brasil teve um encolhimento da EJA (Educação de Jovens e Adultos). Desde 2019, foram quase 1 milhão de matrículas a menos. De 3,2 milhões houve queda para 2,3 milhões.>
Na rede pública, as matrículas caíram 28,5% desde 2019. Enquanto na rede particular, a queda foi de 5,2%.>
Segundo o documento divulgado pelo MEC, de 2021 para 2022 180 mil alunos do ensino fundamental e 140 mil do ensino médio migraram para a EJA.>
Em geral, estes são alunos com histórico de retenção e que buscam mudar de modelo de ensino para concluir o processo educacional.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta