Publicado em 1 de novembro de 2021 às 14:50
Manifestantes contrários à visita do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a Pádua, no norte da Itália, e a polícia entraram em confronto nesta segunda (1º). Uma ativista foi presa em meio à confusão. >
Por volta das 16h, no horário local, participantes de um ato anti-Bolsonaro tentaram romper o bloqueio de agentes para marchar até a basílica de Santo Antonio, que o brasileiro pretende visitar.>
Diante do cordão de segurança, a ativista Laura enfrentou os policiais, que por sua vez a prenderam. Na sequência, os manifestantes partiram para cima dos agentes, que responderam com jatos d'água.>
Em imagens captadas pela TV italiana Rai, os ativistas usaram mastros de bandeiras, enquanto os policiais enfrentavam os manifestantes com escudos, cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo.>
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Após o uso dos jatos d'água, a tensão diminuiu, e os ativistas passaram a marchar pelas ruas do centro gritando "liberdade, liberdade". Mattia Sascina, um dos organizadores do protesto, disse à Folha que os atos seguirão até que a manifestante seja liberada. "Foi uma truculência muito grande, não esperávamos.">
Também de acordo com Sascina, um outro ativista foi levado ao hospital com ferimentos.>
Ainda que Bolsonaro vá visitar a basílica em Pádua, não haverá ninguém para recebê-lo oficialmente. Nem o prefeito Sergio Giordani nem membros da igreja se dispuseram a encontrá-lo.>
O protesto na cidade, que reúne cerca de mil pessoas, é o segundo do dia enfrentado por Bolsonaro. Em Anguillara Vêneta, onde foi mais cedo, o presidente brasileiro também foi alvo de ativistas que o chamam, na maioria das vezes, de genocida, em crítica à condução que impôs à pandemia de Covid-19 no Brasil.>
Em Anguillara, Bolsonaro recebeu o título de cidadão honorário das mãos da prefeita Alessandra Buoso, ligada ao partido de ultradireita Liga Norte. A honraria, aprovada a toque de caixa, foi cercada de polêmica.>
Para a prefeita, a concessão do título seria uma "homenagem aos italianos que haviam partido para o Brasil e às origens vênetas", uma vez que foi na cidade italiana que um bisavô de Bolsonaro nasceu.>
Membros da oposição, como o vereador Antônio Spada, no entanto, opõem-se à homenagem, afirmando que prefeita se contradiz, "pois apresentou outra proposta, dizendo que concederia a cidadania porque o presidente promove a história vêneta". "Mas Bolsonaro nunca falou nem mesmo sobre Anguillara.">
Na cidade de 4.000 habitantes, o presidente viu também expressões de apoio. Cantando o hino nacional e vestidos com camisas da seleção brasileira, eles se reuniram em frente à prefeitura e depois se deslocaram até a Villa Arca del Santo, onde o presidente recebeu o título de Buoso.>
As manifestações contra a decisão da prefeita começaram já na sexta-feira, (29), quando alguns manifestantes ligados ao grupo ambientalista Rise Up 4 Climate Justice jogaram esterco na entrada da prefeitura e picharam a fachada com "Fora Bolsonaro". Para o grupo, "o presidente representa o modelo capitalista, predatório, destrutivo e colonialista contra qual lutamos".>
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