Publicado em 22 de agosto de 2019 às 07:04
Um líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) interceptado pela Polícia Federal em abril disse que a facção criminosa "tinha um diálogo cabuloso" com o PT e criticou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Os telefonemas, obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, foram captados nas investigações da Operação Cravada, que mira o núcleo financeiro da organização.>
A Operação Cravada foi deflagrada na terça-feira passada, em sete Estados. De acordo com a PF, 28 pessoas foram presas e 400 contas ligadas ao PCC foram bloqueadas. As investigações apontam que o núcleo financeiro da facção é responsável por recolher e gerenciar as contribuições para a organização em âmbito nacional.>
Em um dos diálogos, do dia 22 de abril, um dos alvos da PF, Alexsandro Roberto Pereira, conhecido como "Elias" ou "Veio", diz que o governo "começou o mandato agora", "mexendo diretamente com a cúpula" do grupo. Em seguida, ele xinga Moro com palavrões, afirma que "não vai ter diálogo" e completa que o ministro "veio pra atrasar". "Ele (Moro) começou a atrasar quando foi pra cima do PT. Pra você ver, o PT tinha com nois (sic) diálogo cabuloso (...) situação que nem dá pra ficar conversado aqui pelo telefone, mano", diz Elias, conforme relatado pela PF.>
Para dificultar o rastreamento do dinheiro, conforme os investigadores, os pagamentos, chamados de "rifas", eram repassados à organização por meio de diversas contas bancárias e de maneira intercalada.>
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No relatório de interceptações, a PF afirma que foram encontrados "indicativos de vínculos da Orcrim (organização criminosa) PCC com partidos políticos", mas que isso, por enquanto, "não está dentro dos objetivos da investigação".>
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Procurado pela reportagem, o PT afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, se tratar de "mais uma armação como tantas outras forjadas" contra o partido. Segundo a legenda, o caso "vem no momento em que a Polícia Federal está subordinada a um ministro acuado pela revelação de suas condutas criminosas". "Quem dialogou e fez transações milionárias com criminosos confessos não foi o PT, foi o ex-juiz Sérgio Moro, para montar uma farsa judicial contra o ex-presidente Lula com delações mentirosas e sem provas", disse o partido em nota. Para a sigla, "é Moro que deve se explicar à Justiça e ao País pelas graves acusações que pesam contra ele".>
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.>
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