Publicado em 17 de junho de 2021 às 18:53
Em almoço com empresários no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (17), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um apelo para que os supermercados segurem os preços dos itens da cesta básica. A afirmação foi feita pelo senador Flavio Bolsonaro (Patriota), em entrevista a jornalistas após o evento. >
Segundo o filho do presidente, Bolsonaro demonstrou preocupação específica com a inflação dos produtos de primeira necessidade. Reconheceu o "grande sacrifício" que os supermercadistas já fazem, mas fez um apelo para que reduzam ainda mais a margem de lucro, se houver possibilidade.>
O senador afirmou que o governo federal quer prorrogar por alguns meses o auxílio emergencial e ampliar a base do Bolsa Família para cerca de R$ 270. Também é estudada a mudança de nome do programa, possivelmente para Alimenta Brasil.>
Na terça-feira (15), em declaração que pegou ministérios de surpresa, o presidente afirmou que o novo Bolsa Família teria valor médio ampliado dos atuais R$ 190 para R$ 300. Técnicos afirmam que esse valor não estava no radar e, para viabilizar a demanda do presidente, passaram a avaliar cortes em outros gastos e uma ampliação mais tímida no público do programa.>
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Até esta quinta, os ministérios da Economia e da Cidadania ainda trabalhavam nas contas do programa em busca de um aumento no valor médio do benefício. Ainda não há data para apresentação da proposta.>
Em relação ao pedido de que os supermercados segurem preços, esse não é o primeiro movimento do tipo feito pelo presidente. Em setembro do ano passado, Bolsonaro pediu "patriotismo" para que os empresários evitassem repassar ao consumidor a alta de preços dos alimentos.>
Poucos dias depois de Bolsonaro ter voltado a questionar a comprovação científica da Coronavac, o filho do presidente negou que haja discurso negacionista por parte do governo. Afirmou, ainda, que a aceleração da vacinação permitirá a retomada da economia e das vidas dos brasileiros.>
A aceleração do calendário de vacinação foi uma das propostas apresentadas pelos empresários fluminenses ao presidente para retomar a economia do estado.>
Na entrevista desta quinta, o filho do presidente, que é senador, deu informações sobre medidas e ações desenvolvidas internamente pelo Executivo e que ainda não foram apresentadas formalmente.>
A atuação do parlamentar em decisões do governo federal já gerou críticas entre aliados do presidente. Como mostrou o jornal Folha de S.Paulo, Flávio tem influência sobre nomeações feitas por Jair Bolsonaro, sobretudo no campo jurídico.>
Pessoas próximas a Flávio dizem que temas relacionados a Justiça e agências reguladoras passam pelo senador, que fala com o pai diariamente.>
Ele também gosta de participar quando o assunto é economia. Conversa frequentemente com os ministros Paulo Guedes (Economia) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), relata um funcionário ligado aos Bolsonaros.>
O grupo que se reuniu com Bolsonaro nesta quinta é formado por empresários de setores da indústria, supermercados, hotelaria, comércio, turismo, serviços, alimentação e eventos. Também esteve no almoço o governador do Rio, Cláudio Castro (PL).>
Os empresários também sugeriram ao presidente a manutenção do auxílio emergencial para pessoas e empresas e a aprovação do plano de adesão do estado ao novo Regime de Recuperação Fiscal, para equilibrar as contas do estado.>
Pediram, ainda, investimentos em rodovias federais que cortam o Rio de Janeiro e o incentivo à criação de um Polo de Desenvolvimento Tecnológico e de Inovação no estado.>
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