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Dois dias após ciclone, São Paulo ainda tem mais de 711 mil imóveis sem energia

Dois dias após ciclone, São Paulo ainda tem mais de 711 mil imóveis sem energia

Na capital, a falha atinge 522.024 clientes, que reclamam da demora da Enel para retomar o fornecimento

Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 13:28

Dois dias após o início do apagão causado pela passagem de um ciclone extratropical, mais de 711 mil imóveis ainda enfrentam a falta de energia elétrica no estado de São Paulo na madrugada desta sexta-feira (12). No quinto apagão a atingir a capital paulista e a região metropolitana em pouco mais de dois anos, desde novembro de 2023, o número total de afetados é de 711.931 na manhã dessa sexta.

Na capital, a falha atinge 522.024 clientes, que reclamam da demora da Enel para retomar o fornecimento. Questionada, a concessionária não deu uma previsão de quando o serviço será restabelecido totalmente. "Para atender situações prioritárias, a companhia conta com 700 geradores. Reforçamos que seguiremos trabalhando até restabelecer a energia para todos os clientes afetados pelos efeitos do ciclone", diz nota da empresa.

A Enel diz que trechos inteiros da rede foram danificados, o que impacta o fornecimento de energia. A empresa afirma ter mobilizado equipes desde o início dos registros de falta de luz e que seguem comprometidas com a operação de atendimento a emergências. Em algumas localidades, o restabelecimento é mais complexo, diz, porque envolve a reconstrução da rede, com substituição de postes, transformadores e, por vezes, recondução de quilômetros de cabos.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou nesta quinta (11) que o estado é refém da Enel e voltou a pedir intervenção e caducidade no contrato de concessão do fornecimento de energia elétrica na região metropolitana. A empresa já atua para conseguir prorrogar o contrato, que vence em 2028, por mais 30 anos.

A cidade tem 157 semáforos apagados por falta de energia, 16 apagados por falhas e seis em amarelo piscante, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), que mantém 487 agentes de trânsito nas ruas com 298 viaturas atuando, sendo 246 carros e 52 motos. Além da falta de luz, a cidade também enfrenta outros problemas causados pelo vendaval, como falta de água, caos nos aeroportos e mais de mil árvores caídas. De acordo com a prefeitura, as equipes aguardam apoio da Enel em 48 ocorrências de quedas de árvores.

Duas pessoas morreram no estado devido às consequências do ciclone. O primeiro caso aconteceu na terça-feira (10), em Campos do Jordão. Um homem morreu após o deslizamento de um talude atingir sua casa durante a tempestade. O segundo caso, confirmado nesta quinta, ocorreu na capital. Uma mulher foi atingida pelo desabamento de um muro no Jardim Sapopemba, na zona leste, na quarta-feira (10). Ela foi levada ao hospital geral do bairro, mas não resistiu.

Segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas) da Prefeitura de São Paulo, o ciclone se afasta para alto-mar e os ventos diminuem na Grande São Paulo. No entanto, um novo sistema de baixa pressão causa chuva no fim de semana.

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