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Diretora da Petrobras diz que adotará método de avaliação mais rigoroso

Diretora da Petrobras diz que adotará método de avaliação mais rigoroso

Solange da Silva Guedes defende estatal das acusações do Ibama sobre fornecimento de dados falsos

Publicado em 5 de fevereiro de 2018 às 10:56

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Solange Silva Guedes, diretora executiva de Exploração e Produção da estatal. (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Após a revelação de que o Ibama está acusando a Petrobras de fraude ambiental, a diretora executiva de Exploração e Produção da estatal, Solange da Silva Guedes, deu sua versão do caso. Segundo ela, os métodos usados para analisar o teor de óleo e graxa na água são os aprovados pelo Conama. Mas ela também afirma que fará fará transição do método utilizado hoje para o apontado pelo Ibama, mais rigoroso.

Há alguma mudança na legislação ambiental que obriga a empresa a mudar seu método de analisar o teor de óleo e graxa na água que devolve para o oceano?

Não houve nenhuma mudança na legislação, mas há uma discussão sobre o método. Pela lei, podemos fazer do jeito A ou B. O Ibama quer que a gente faça do jeito B, e concordo que isso é uma evolução natural do processo da condução das questões ambientais no Brasil.

A Petrobras fornece dados falsos de contaminação da água que despeja no mar?

Discordamos de uma forma muito forte de diversos termos apontados nesse relatório. Discordamos que haveria uma ação de falta de transparência da Petrobras. Não é essa a natureza da companhia. Trabalhamos de forma muito colaborativa com os órgãos de controle. Entendemos que nós, como companhia brasileira, somos a primeira a querer que haja evolução e temos compromisso com isso.

Quando a Petrobras passou a ser cobrada a adotar um novo método de análise?

Historicamente a Petrobras faz as análises por um determinado critério. A partir de 2015, o Ibama passou a discutir conosco um método mais rigoroso, mais detalhado, para evoluirmos. Recentemente, concordamos que talvez fosse bom para a indústria de uma forma geral que a Petrobras migre para essa outra forma de análise.

Como está o termo de compromisso em negociação com o Ibama?

Há um acordo de assinarmos esse termo de compromisso em que estabeleceremos quando e como fazer (a mudança do método de análise) para realizar uma transição suave entre a forma como está hoje, que é totalmente licenciada e reconhecida pelo Ibama, e a que será adotada. Nossa expectativa é que o documento seja assinado nas próximas semanas.

A Petrobras teve uma postura reativa em relação à mudança do método?

Obviamente temos muitos técnicos qualificados no nosso centro de pesquisa que, num primeiro momento, discutiram com o Ibama pontos de vista de como migrar e talvez isso tenha sido percebido como uma resistência, mas decididamente não foi.

A Petrobras reconhece que o método que usa traz resultados falsos?

Sempre trabalhamos dentro das opções de análises aprovadas pelo Conama. A gente trabalhou historicamente com o método F (que usa filtro adicional de sílica-gel). O Ibama argumenta que a gente poderia migrar para o B (uma única filtragem) e acordamos.

O relatório diz que a empresa apresentou resultado de teor de óleo e graxa 1.925% menor do que o real.

Uma diferença dessa magnitude não está nos padrões com que operamos no dia a dia. Esse dado foi obtido porque o Ibama comparou nossa metodologia a outra que nem é prevista pelo Conama e nem é a que eles querem que a gente use.

A Petrobras tem algum número que mostra qual é a diferença hoje?

Não temos. Estamos em período de transição. A partir do momento que a gente assinar o termo de compromisso com o Ibama mediremos o teor de óleo e graxa nos dois métodos e comunicaremos ao órgão.

Uma imagem da plataforma P-51 aponta uma zona de contaminação de mais de 33 quilômetros. Qual a explicação para isso?

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