Publicado em 24 de agosto de 2018 às 09:38
As candidaturas de policiais, delegados e juízes nas eleições deste ano trouxeram a reboque fardas, togas, distintivos e outros símbolos dessas profissões para as campanhas eleitorais. Algo que, por lei, é proibido. Em pelo menos três casos, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio determinou que candidatos tirassem do ar postagens irregulares nas redes sociais, além de ter aplicado multa pela conduta.>
A Lei Eleitoral prevê que é crime o uso, na propaganda eleitoral, de símbolos, frases ou imagens associadas ou semelhantes às empregadas por órgão de governo, empresa pública ou sociedade de economia mista.>
Um dos punidos foi o coronel da Polícia Militar do Rio Fernando Salema (PSL), candidato a deputado estadual no estado. No fim do mês passado, ainda no período de pré-campanha, o TRE determinou que o oficial retirasse do ar uma postagem na qual ele aparece fardado. O tribunal entendeu que o PM já estava claramente promovendo sua candidatura e não poderia utilizar o uniforme no material de campanha.>
Procurado, Salema afirmou que a postagem foi ao ar por um descuido e que sua campanha está sendo extremamente cuidadosa com as questões legais.>
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Outro candidato punido foi o ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC), candidato ao Governo do Estado do Rio de Janeiro. Em maio deste ano, também em pré-campanha, a Procuradoria Regional Eleitoral do Rio entrou com uma representação solicitando que o ex-magistrado retirasse de suas redes sociais uma postagem na qual o ex-magistrado aparecia trajando toga durante um julgamento.>
Na mesma ação, a procuradoria solicitou ainda que o candidato retirasse o termo juiz de seu nome de campanha, uma vez que Witzel pediu exoneração do cargo para se candidatar. O TRE determinou a retirada do conteúdo e aplicou multa de R$ 10 mil. Agora, o candidato do PSC utiliza a expressão ex-juiz.>
A assessoria de Witzel afirmou que o nome Juiz WIlson foi utilizado durante a pré-campanha nas redes sociais devido à história profissional do candidato, mas a expressão foi retirada do ar.>
A Procuradoria Regional Eleitoral do Rio também entrou com representação contra Charlles Batista (PSL), policial rodoviário federal e candidato a deputado estadual no estado. Segundo o documento, o candidato fez postagens com fardamento de sua corporação, além de ter utilizado símbolo, durante a pré-campanha, composto por seu nome sobreposto à imagem com clara referência ao brasão da Polícia Rodoviária Federal.>
De acordo com a procuradora Regional Eleitoral Auxiliar Adriana de Farias Pereira, a proibição de utilização de símbolos públicos durante a campanha tem o objetivo de equilibrar o pleito eleitoral:>
O objetivo, com isso, é evitar a indevida utilização do cargo público para dar mais credibilidade ao candidato. É para que o eleitor não ache que só aquele que ocupou um cargo tem condições de ser eleito analisa.>
Procurado pelo O GLOBO, Charlles alegou que não sabia da proibição, mas já contratou uma assessoria jurídica para lhe auxiliar.>
Temos orgulho de trabalhar em uma instituição com o porte da PRF e acabamos querendo expor esse sentimento. Fiz por patriotismo mesmo. Nada que fosse para me beneficiar - alega.>
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