Uma página de apoio a Jair Bolsonaro no Facebook compartilhou, na segunda-feira (06), um vídeo que mostra, supostamente, uma jovem sendo expulsa da sala de aula pelo professor por usar uma camiseta do candidato do PSL. A informação não é verdadeira.
O projeto Comprova checou a publicação. O conteúdo foi verificado por profissionais do Gazeta Online, do jornal O Povo, da revista piauí e do Estadão. Outras quatro redações concordaram com a checagem: Poder360, UOL, SBT e Folha de S. Paulo.
O Comprova é uma coalização de 24 importantes veículos de imprensa formada para combater a desinformação relacionada à eleição presidencial. Você pode sugerir checagens e denunciar informações falsas por meio do número de WhatsApp (11) 97795-2200.
O vídeo checado foi originalmente postado por outra página, também pró-Bolsonaro, em 29 de abril de 2018. O primeiro post, até ontem à noite, havia sido visto mais de 800 mil vezes e recebido cerca de 19 mil interações, de acordo com o monitoramento do CrowdTangle, uma ferramento do Facebook para análise de redes sociais.
O vídeo que circula é um trecho de uma reportagem exibida no ESTV 1ª edição no dia 25 de fevereiro de 2015. Mas o texto que introduz o conteúdo da postagem afirma categoricamente que "professor de história grita e expulsa aluno por este usar a camisa do Bolsonaro em sala de aula". Na realidade, o vídeo não tem qualquer relação com a campanha presidencial ou com Bolsonaro.
O atrito na sala de aula se deu, na verdade, por conta do uso de celular. Na época, o Gazeta Online acompanhou o caso. Nas entrevistas, os personagens envolvidos na confusão não fizeram nenhuma menção a desavenças políticas. A versão que circula em páginas dos apoiadores políticos suprime a explicação sobre o celular.
O vídeo em questão foi gravado no dia 23 de fevereiro de 2015, na Escola Estadual de Ensino Médio Dr. Silva Mello, no bairro Parque da Areia Preta, em Guarapari (ES). O professor, exaltado, pediu que ela tirasse "essa merda daqui". No mesmo dia, o vídeo foi compartilhado na página do Facebook "ES em Foco" e tornou-se um viral no WhatsApp. Em entrevista ao Gazeta Online, à época, a aluna e o professor confirmaram que a confusão foi motivada pelo uso do celular.
O vídeo usado para a informação falsa é o mesmo, com os mesmos cortes e edição, que havia sido publicado no YouTube no dia 26 de fevereiro de 2015. Este também fazia menção ao celular, e não a motivações políticas.
CROSSCHECK
O projeto Comprova entrou no ar nesta segunda-feira (06). A Rede Gazeta, por meio do Gazeta Online, compõe a coalizão com outros 23 membros. Entre eles, Veja, Nexo Jornal, Exame, Band, SBT, Folha de S. Paulo e Estadão.
São checados textos, áudios, vídeos, imagens, "memes" e publicações nas redes sociais que estão relacionados com a eleição presidencial. Os conteúdos verificados pelos parceiros do projeto estarão disponíveis no site www.projetocomprova.com.br
Os desmentidos só são publicados quando pelo menos três veículos distintos concordam com o processo de verificação. As checagens explicam por que a informação é falsa e como ela foi distribuída na internet. Há estratégias para desmentir informações falsas com potencial de viralização e para não alimentar boatos que ainda não ganharam relevância na internet.
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