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Apoiadores de Bolsonaro usam ESTV para espalhar informação falsa

Apoiadores de Bolsonaro usam ESTV para espalhar informação falsa

Circula no Facebook informação de que professor expulsou aluna de sala por ela apoiar candidato do PSL. Não é verdade. A confusão se deu por conta de um celular

Publicado em 7 de agosto de 2018 às 19:39

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Uma página de apoio a Jair Bolsonaro no Facebook compartilhou, na segunda-feira (06), um vídeo que mostra, supostamente, uma jovem sendo expulsa da sala de aula pelo professor por usar uma camiseta do candidato do PSL. A informação não é verdadeira.

É falsa a informação de que o professor expulsou aluna de sala por causa de camisa do Bolsonaro. (Reprodução)

O projeto Comprova checou a publicação. O conteúdo foi verificado por profissionais do Gazeta Online, do jornal O Povo, da revista piauí e do Estadão. Outras quatro redações concordaram com a checagem: Poder360, UOL, SBT e Folha de S. Paulo.

O Comprova é uma coalização de 24 importantes veículos de imprensa formada para combater a desinformação relacionada à eleição presidencial. Você pode sugerir checagens e denunciar informações falsas por meio do número de WhatsApp (11) 97795-2200.

O vídeo checado foi originalmente postado por outra página, também pró-Bolsonaro, em 29 de abril de 2018. O primeiro post, até ontem à noite, havia sido visto mais de 800 mil vezes e recebido cerca de 19 mil interações, de acordo com o monitoramento do CrowdTangle, uma ferramento do Facebook para análise de redes sociais.

O vídeo que circula é um trecho de uma reportagem exibida no ESTV 1ª edição no dia 25 de fevereiro de 2015. Mas o texto que introduz o conteúdo da postagem afirma categoricamente que "professor de história grita e expulsa aluno por este usar a camisa do Bolsonaro em sala de aula". Na realidade, o vídeo não tem qualquer relação com a campanha presidencial ou com Bolsonaro.

O atrito na sala de aula se deu, na verdade, por conta do uso de celular. Na época, o Gazeta Online acompanhou o caso. Nas entrevistas, os personagens envolvidos na confusão não fizeram nenhuma menção a desavenças políticas. A versão que circula em páginas dos apoiadores políticos suprime a explicação sobre o celular.

O vídeo em questão foi gravado no dia 23 de fevereiro de 2015, na Escola Estadual de Ensino Médio Dr. Silva Mello, no bairro Parque da Areia Preta, em Guarapari (ES). O professor, exaltado, pediu que ela tirasse "essa merda daqui". No mesmo dia, o vídeo foi compartilhado na página do Facebook "ES em Foco" e tornou-se um viral no WhatsApp. Em entrevista ao Gazeta Online, à época, a aluna e o professor confirmaram que a confusão foi motivada pelo uso do celular.

O vídeo usado para a informação falsa é o mesmo, com os mesmos cortes e edição, que havia sido publicado no YouTube no dia 26 de fevereiro de 2015. Este também fazia menção ao celular, e não a motivações políticas.

CROSSCHECK

O projeto Comprova entrou no ar nesta segunda-feira (06). A Rede Gazeta, por meio do Gazeta Online, compõe a coalizão com outros 23 membros. Entre eles, Veja, Nexo Jornal, Exame, Band, SBT, Folha de S. Paulo e Estadão. 

Projeto Comprova reúne importantes veículos de imprensa do Brasil para combater a desinformação na internet. (Reprodução/Comprova)

São checados textos, áudios, vídeos, imagens, "memes" e publicações nas redes sociais que estão relacionados com a eleição presidencial. Os conteúdos verificados pelos parceiros do projeto estarão disponíveis no site www.projetocomprova.com.br

Os desmentidos só são publicados quando pelo menos três veículos distintos concordam com o processo de verificação. As checagens explicam por que a informação é falsa e como ela foi distribuída na internet. Há estratégias para desmentir informações falsas com potencial de viralização e para não alimentar boatos que ainda não ganharam relevância na internet.

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