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É presidente do Espírito Santo Convention & Visitors Bureau

Vitória Stone Fair: migração é a emancipação de um projeto capixaba

Um saldo positivo que esse fato deixa como legado é a fixação da mentalidade de quão estratégico é o setor de eventos, uma categoria do turismo de negócios, para um Espírito Santo que necessita expandir sua base econômica

  • Paulo Renato Fonseca Jr É presidente do Espírito Santo Convention & Visitors Bureau
Publicado em 02/02/2024 às 14h30

Noticiou-se recentemente a “perda" de um evento capixaba expressivo, a Vitória Stone Fair para São Paulo, o que resultaria em um desfalque ponderável para o setor estadual e a abordagem imediatista desse evento requer uma apreciação mais consistente.

A Vitória Stone Fair, evolução natural da original Feira de Mármore e Granito, alcançou escala que o Espírito Santo passou a não mais comportar. Nesse caso, mais que “lamentar uma perda” o que se tem é a comemoração da emancipação de um evento que graças ao ímpeto empreendedor de Cecília Milanez atingiu magnitude internacional. E que também por isso passou a demandar uma nova identidade ou marca, a Marmomac.

A rigor, tanto quanto a Feira de Mármore e Granito de Cachoeiro de Itapemirim foi o embrião da vitoriosa Vitória Stone Fair, essa agora se expande na Marmomac e encontra em São Paulo, por várias características cosmopolitas, o endereço adequado às conexões internacionais. Não há porque deplorar uma perda, senão festejar a emancipação de um projeto capixaba que adquiriu essas dimensões. Cerceado por problemas estruturais e com as inovações tecnológicas que reorientam o mercado, as mudanças são inevitáveis, senão desejáveis.

Um saldo positivo que esse fato deixa como legado é a fixação da mentalidade de quão estratégico é o setor de eventos, uma categoria do turismo de negócios, para um Espírito Santo que necessita expandir sua base econômica e investir profissionalmente no turismo como vocação com forte potencial de emprego e renda. Aqui não falamos de uma opção, mas de uma inevitável decisão de apostar no turismo tanto pelo potencial de riqueza quanto pelo salto qualitativo da economia que se refina quanto mais dinamiza seu setor de serviços.

advento da reforma tributária, com prazo definido para vigorar, pressiona ainda mais essa decisão porque institui a tributação no destino, ou seja, no local onde o consumo de efetiva favorecendo os mercados de destino e relevando, por isso, o peso do turismo.

O que se requer, como uma política de Estado e não de governo, é um planejamento de longo prazo que implementado gradualmente a cada mandato administrativo consolide essa ostensiva vocação do Espírito Santo como destino turístico nobre pela rara combinação de seus atrativos: proximidade dos centros emissores, praias, montanhas, diversidade etnográfica e cultural.

A necessária veemência a ser dada ao turismo, em suas várias submodalidades, pelo setor público como estratégia de desenvolvimento econômico, se inspira numa dinâmica econômica que consagrou a economia criativa. Esta representa um modelo que se apropria dos legados naturais, artísticos e culturais de uma sociedade para implementar formas de geração de riqueza que se conciliam com a necessária qualidade de vida.

A função econômica necessitando se compatibilizar com os requisitos de sustentabilidade e preservação dos cenários onde a atividade produtiva se desenvolve e por isso dispor de potencial turístico é um privilégio a ser exercido.

Vitoria Stone Fair 2024 apresentou diversas novidades em máquinas, insumos e pedras naturais
Vitoria Stone Fair 2024 apresentou diversas novidades em máquinas, insumos e pedras naturais. Crédito: Divulgação

Esse é o conceito que norteia a ação do Espírito Santo Convention Bureau, cuja missão está por ser melhor compreendida pelos players, os atores do setor turístico, porque desde a concepção da ideia, em 1890 em Detroit, USA, por empreendedores hoteleiros, visando incrementar seus negócios e identificando nos eventos atraídos para a cidade um fator altamente favorável.

A função precípua do Convention é atrair eventos, posicionar o Estado como um atraente destino turístico e ensejar múltiplas oportunidades ao trade estadual, constituído pela profusão de atividades envolvidas no segmento. É o que fazemos, incessantemente, e melhor o faremos quando o próprio trade entender a importância de contribuir com a entidade para construir um destino turístico forte, num esforço solidário, para que depois cada um, de acordo com sua competência, se aproprie da fatia que lhe couber nesse bolo.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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