Sem a revitalização do Saldanha, passam a faca na cultura do ES

O Museu da Colonização, que seria feito no Saldanha, é um sonho de toda a classe artística e cultural capixaba

Publicado em 27/06/2019 às 18h20
Atualizado em 17/12/2019 às 11h33
Prédio que abrigava o Saldanha da Gama seria reformado em dois anos. Crédito: Divulgação
Prédio que abrigava o Saldanha da Gama seria reformado em dois anos. Crédito: Divulgação

Edificado no período colonial para proteger a cidade dos invasores, o Forte São João teve papel imprescindível para a defesa da Capitania do Espírito Santo, principalmente quando a donatária Luísa Grinalda, em 1592, derrotou o corsário inglês Thomas Cavendish, temido em todo o mundo, mas sucumbido pela determinação do povo capixaba.

Estive na solenidade de entrega do termo de doação, onde foi informado que, o mais breve possível, seria realizada a transferência do imóvel e iniciada a elaboração do projeto de recuperação, preservando a arquitetura, que é tombada como patrimônio histórico.

“Em dois anos, as obras propostas estariam concluídas, contemplando elevador panorâmica com vista para a Baía de Vitória, dando mais atratividade turística ao imóvel, além de espaço para restaurante e atividades culturais”, afirmou o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri. A fala nos deixou motivados e confiantes, devido à credibilidade do Sistema S.

Em seu discurso, o prefeito de Vitória disse que a doação era muito importante para a revitalização do Centro. “O Centro precisa ser revitalizado com cultura, gastronomia e atividades históricas para que o local possa reviver. Esse é um esforço de revitalização dos mais importantes”, afirmou Luciano. Seriam mais de 4 mil m2 de área utilizados, em local privilegiado do Centro Histórico da Capital. Estranhamente, desde o final de abril a Fecomércio já tinha comunicado à prefeitura sobre a impossibilidade de assumir o projeto de cerca de R$ 4 milhões.

O Museu da Colonização é um sonho de toda a classe artística e cultural capixaba, mostrando aos visitantes e moradores a nossa formação étnica. Tudo seria documentado em um espaço interativo para que os visitantes tenham conhecimento da rica história do Espírito Santo, e das dificuldades que tivemos que superar até o início do século XVIII.

Lamentavelmente, se cumpriu a promessa do ministro da Economia, Paulo Guedes, antes mesmo de assumir a pasta, quando chegou a declarar que “iria meter a faca” no “Sistema S”, com cortes substanciais no órgão. Essa insegurança gera o temor nas modificações das regras de financiamento para projetos culturais, fazendo com que o Sesc desistisse de assumir o espaço e aguarde os próximos capítulos sobre o futuro dos investimentos, haja vista o risco de cortes no orçamento da entidade. Mais uma vez a cultura é preterida, e não será dessa vez que o nosso sonho se tornará realidade.

*O autor é presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha e diretor no IHGES

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