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É head de Investimento da Aspen Vitória

Selic: estima-se que o Brasil esteja no final do ciclo dos juros altos

No que diz respeito aos investimentos, as operações pós-fixadas continuam sendo muito favorecidas – com perfil mais conservador que, inclusive, dão uma liquidez mais imediata ao investidor

  • Maria Goretti Quadros É head de Investimento da Aspen Vitória
Publicado em 18/08/2022 às 16h16

No último dia 3 de agosto, o Banco Central do Brasil divulgou a nova taxa básica de juros da economia, a Selic: 13,75%. Os aumentos da taxa de juros não param por aí, a expectativa é que na próxima reunião do Copom o percentual suba mais 0,25%, atingindo a casa dos 14%. As constantes altas são provocadas pela inflação – crise que assola não apenas o Brasil, mas mercados globais em função do cenário geopolítico impactado pela pandemia e conflitos na Ucrânia.

O Brasil, bem como países da Europa, China e Estados Unidos, atravessa uma inflação de custos, em que se observa a elevação de preços em função do aumento de custos dos produtores e indústrias na oferta de determinado bem ou serviço. Pode-se classificar a atual situação econômica como uma inflação global, haja vista que a Guerra na Ucrânia e as medidas restritivas em regiões industriais da China têm afetado a oferta de insumos para a indústria no mundo inteiro e, no Brasil, afetou 22 de 25 setores da indústria, conforme foi apurado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O aumento da taxa básica de juros é uma medida contracionista, ou seja, tem a finalidade de controlar a inflação por meio da redução do fluxo econômico e da circulação de moeda. O mercado considera que países da Europa e Estados Unidos estão na metade do ciclo de alta e estima-se que o Brasil esteja no final desse ciclo. A previsão é que no final de 2023 a taxa Selic feche em torno de 11%.

No que diz respeito aos investimentos, as operações pós-fixadas continuam sendo muito favorecidas – com perfil mais conservador que, inclusive, dão uma liquidez mais imediata ao investidor. Ainda há oportunidades para quem deseja investir em renda fixa, mas já se começa a observar uma correção nessa curva de diminuição da taxa de juros.

Então, para os investidores que optarem por títulos de renda fixa, a orientação é que mantenham os papéis pelo período contratado para não perceber as oscilações do aumento e redução da Selic. Isso porque, com a redução da Selic prevista para 2023, esses títulos passarão a ter uma redução, que é a chamada de marcação a mercado, que atualiza os papéis pelo valor atual de mercado.

Independente da oscilação da taxa básica de juros da economia, o investidor deve ter em mente a grande premissa do investimento: manter uma carteira diversificada de acordo com seus objetivos a curto, médio e longo prazo; e estudar as aplicações a fim de reduzir os riscos da operação e alcançar maior rentabilidade. Agora, com a Selic em alta, observa-se que a bolsa de valores está “barata”, então, para o cliente que possui uma tolerância maior a risco, há uma forte recomendação em investimentos a média e longo prazo por meio da compra de papéis de renda variável.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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