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É conselheira do Lide ES e CEO da BeHappier - Especialista em Felicidade Corporativa

Saúde mental: o novo ativo mais valioso das empresas

Estudos da Gallup mostram que colaboradores que não estão engajados custam US$ 8,8 trilhões por ano em perda de produtividade, o que equivale a 9% do PIB mundial

  • Flavia da Veiga É conselheira do Lide ES e CEO da BeHappier - Especialista em Felicidade Corporativa
Publicado em 17/09/2025 às 16h04

Imagine liderar uma empresa onde as pessoas produzem mais, adoecem menos e inovam com naturalidade. Isso não é utopia, é ciência. E, com a nova NR-1, essa realidade está bem próxima. A atualização da norma prevê o mapeamento e gerenciamento de riscos psicossociais, como estresse crônico e ansiedade.

Embora ainda não seja obrigatória, a nova diretriz vale em caráter educativo desde maio de 2025 e as empresas têm até 2026 para se adaptarem. Após esse período, ignorar a exigência pode custar caro com multas, ações trabalhistas e danos à reputação.

Cumprir a lei, no entanto, é só o começo. O verdadeiro diferencial competitivo está em transformar compliance em uma estratégia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada quatro pessoas no mundo sofre de algum transtorno de saúde mental. No Brasil, 32% dos afastamentos por doença estão ligados ao estresse.

Traduzindo isso para números, estudos da Gallup mostram que colaboradores que não estão engajados custam US$ 8,8 trilhões por ano em perda de produtividade, o que equivale a 9% do PIB mundial. No dia a dia da empresa, essa falta de saúde mental aparece em absenteísmo, com mais dias de afastamento; presenteísmo, onde o corpo está presente, mas a mente ausente; e rotatividade, com talentos que saem por falta de apoio emocional. No limite, isso impacta diretamente o lucro.

Pesquisas da Universidade de Oxford revelam que funcionários mais felizes são 13% mais produtivos. A Deloitte aponta que cada R$ 1 investido em programas de bem-estar retorna R$ 4,70 em produtividade, retenção e inovação. Não estamos falando de mesas de pingue-pongue ou café gourmet. Estamos falando de neurociência aplicada ao negócio. Investir em felicidade corporativa aumenta resultados.

Programas de felicidade corporativa vão além de atender à lei. Eles mapeiam fatores de risco e atuam de forma preventiva, desenvolvendo habilidades socioemocionais listadas pelo Fórum Econômico Mundial como essenciais para 2025: resiliência, empatia, criatividade e colaboração. Esses programas criam ambientes onde as pessoas se sentem seguras, reconhecidas e pertencentes, o que resulta em mais inovação, menos turnover e mais lucro.

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Clima corporativo. Crédito: Pixabay

As empresas que liderarão o mercado serão aquelas que entenderem que cuidar da saúde mental não é custo, mas investimento. Grupos de liderança empresarial têm ampliado o debate para além das pautas tradicionais, reconhecendo que a saúde mental tem impacto direto na produtividade e nos resultados das empresas. A necessidade de CEOs estarem preparados para esse novo desafio é uma realidade incontestável.

Como especialista em Felicidade Corporativa, acredito que setembro é o período propício para a discussão sobre saúde mental. Afinal, o Setembro Amarelo é maior campanha antiestigma do mundo. Neste mês, o Lide ES dedicará um seminário inteiro ao assunto, com a participação de especialistas, filiados e convidados. O objetivo é colocar o tema em evidência, apresentar cases de sucesso, provocar o diálogo e compartilhar conhecimento para que o empresariado possa, de fato, fazer a diferença na vida de seus times.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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