A nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial de 2025 trouxe uma mudança que pode surpreender muita gente: a pressão 12 por 8, durante anos considerada sinônimo de normalidade, agora passa a ser vista como pré-hipertensão. Isso significa que quem apresenta pressão sistólica entre 120 e 139 mmHg e/ou diastólica entre 80 e 89 mmHg deve ficar em alerta.
O objetivo não é assustar, mas mostrar que mesmo níveis antes considerados normais já podem representar risco para o coração, o cérebro e os rins.
Até pouco tempo, esses valores eram tratados como “limítrofes”, sem tanta preocupação. Mas uma revisão sistemática recente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, com mais de 34 mil participantes, encontrou que metas mais intensivas de tratamento anti-hipertensivo — definindo pressão arterial alvo menor que 130/80 mmHg — reduzem os eventos cardiovasculares em aproximadamente 13% em comparação com metas convencionais. Em estudos de menor risco de viés, essa redução foi de 17%. Esses achados pesam na decisão de adotar critérios mais rigorosos.
Outra mudança importante é a meta de tratamento para quem já tem hipertensão: antes, manter a pressão abaixo de 14 por 9 era suficiente. Agora, a recomendação é que todos os pacientes alcancem níveis menores que 13 por 8.
Na prática, isso não significa que milhões de pessoas precisarão tomar remédios imediatamente. O que os especialistas reforçam é a necessidade de repensar hábitos. Reduzir o sal da comida, manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios, controlar o peso, dormir bem, evitar o excesso de álcool e aprender a lidar melhor com o estresse são atitudes que fazem diferença.
Para quem já apresenta outras doenças, como diabetes ou problemas renais, a atenção deve ser redobrada, já que a pressão alta é um fator que agrava essas condições e acelera possíveis complicações.
O termo “pré-hipertensão” não deve ser encarado como uma sentença, mas como uma oportunidade. Ele serve como um chamado para cuidar do corpo com mais carinho, acompanhando a saúde de perto e prevenindo problemas que podem ser graves. O famoso 12 por 8, que durante tanto tempo foi visto como ideal, hoje é entendido como um limite de atenção.
A mensagem é clara: quanto antes o cuidado começa, maiores são as chances de preservar a saúde e evitar complicações no futuro. É um convite para que cada pessoa assuma um papel ativo no cuidado com o próprio coração, entendendo que pequenas mudanças de rotina podem significar anos a mais de vida com qualidade.
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