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Hipertensão: saiba quais são os sintomas da pressão alta e o que fazer

Hipertensão: saiba quais são os sintomas da pressão alta e o que fazer

Sem apresentar sintomas claros na maioria dos casos, a doença pode evoluir e se tornar um fator de risco para o infarto, o acidente vascular cerebral (AVC), a insuficiência cardíaca e o comprometimento dos rins

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Guilherme Sillva

Editor do Se Cuida / [email protected]

Publicado em 17 de maio de 2025 às 13:00

Pressão alta
A hipertensão é caracterizada pela elevação persistente dos níveis de pressão arterial Crédito: Shutterstock

Apesar de comum, a hipertensão arterial - ou pressão alta - é uma doença silenciosa e traiçoeira. No Brasil, cerca de 30% da população convive com a doença, de acordo com o Ministério da Saúde.

Sem apresentar sintomas claros na maioria dos casos, a doença pode evoluir e se tornar um fator de risco para o infarto, o acidente vascular cerebral (AVC), a insuficiência cardíaca e o comprometimento dos rinsrins.

O cardiologista Luciano Drager, do Hospital Sírio-Libanês, explica que a hipertensão é caracterizada pela elevação persistente dos níveis de pressão arterial. Em adultos, ela é diagnosticada quando os valores estão iguais ou superiores a 140 mmHg na pressão sistólica (a chamada pressão máxima) e 90 mmHg na diastólica (a pressão mínima).

“A pressão alta pode não causar sintomas por muito tempo, e quando se manifesta, muitas vezes já está em um estágio avançado. Por isso, é fundamental aferir a pressão regularmente, manter uma alimentação com baixo teor de sal e praticar atividade física com frequência, de preferência sob a supervisão de um profissional de saúde”.

A pressão sistólica representa a força com que o coração bombeia o sangue; já a diastólica, a pressão nas artérias quando o coração relaxa entre os batimentos. “Quando a pressão está alta, o coração precisa trabalhar mais do que o normal para garantir que o sangue circule adequadamente pelo corpo”, explica Luciano.

A pressão alta pode ter diversas causas

- Fatores genéticos, como histórico familiar de hipertensão;

- Hábitos alimentares inadequados, com o consumo excessivo de sal, gorduras e alimentos ultraprocessados;

- Sedentarismo; 

Obesidade

- Estresse; 

- Tabagismo; 

- Consumo excessivo de álcool; 

- Doenças preexistentes, a exemplo de diabetes e doenças renais.

O médico Pedro Pina, da Amparo Saúde, diz que os sintomas da hipertensão podem não aparecem em todos os pacientes. No entanto, alguns sinais podem indicar que algo está errado, como dores de cabeça frequentes, tontura e mal-estar, visão embaçada ou alterações visuais associadas à dor de cabeça, falta de ar e dor no peito.

“Caso esses sintomas apareçam, é essencial buscar atendimento médico, porque o grande problema da hipertensão arterial sistêmica são suas consequências. Se não for controlada, ela pode levar a sérias complicações, como acidente vascular cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, doenças renais e problemas na visão”, informa.

Para confirmar o diagnóstico da hipertensão será necessária a aferição da pressão arterial em diferentes momentos. Em alguns casos, exames complementares, como monitorização ambulatorial da pressão arterial (Mapa) ou monitorização residencial da pressão arterial (MRPA), podem ser solicitados pelo médico.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão, cerca de 70% dos diagnosticados não conseguem manter os níveis dentro dos limites recomendados. Os principais motivos são a baixa adesão ao tratamento e a dificuldade em modificar hábitos.

"Tomar o remédio é apenas uma parte do processo. É fundamental perder peso, adotar uma alimentação equilibrada, reduzir o consumo de sal e praticar atividade física com regularidade. E muita gente ainda não leva isso a sério”, comenta a cardiologista Larissa Rengel, do São Marcelino Champagnat.

Outro erro comum é interromper o uso da medicação por conta própria. “Muitas pessoas pensam: ‘Se eu não estou sentindo nada, posso parar por um ou dois dias’. Mas essa interrupção prejudica o tratamento e aumenta o risco de complicações futuras”, complementa Larissa.

Prevenção

Manter uma alimentação saudável, praticar exercícios regularmente e realizar check-ups periódicos faz toda a diferença — especialmente quando esses cuidados são incorporados desde a infância e mantidos ao longo da vida. Para quem já é hipertenso, o uso correto da medicação prescrita e o acompanhamento médico são indispensáveis.

André Cogo Dalmaschio
O cardiologista André Cogo Dalmaschio  explica sobre a prevenção da hipertensão Crédito: Divulgação

Mesmo quando não causa dor ou desconforto, ela compromete progressivamente os vasos sanguíneos e órgãos vitais. Com o diagnóstico precoce e cuidados adequados, é possível controlar a hipertensão e evitar suas complicações mais graves

André Cogo Dalmaschio

Cardiologista

Embora a condição seja crônica, ela pode ser controlada com a adoção de hábitos saudáveis, principalmente em se tratando de dieta. Uma das estratégias alimentares mais estudadas e recomendadas para pessoas com hipertensão é a dieta Dietary Approaches to Stop Hypertension (DASH) ou, em português, “Abordagens Dietéticas para Reduzir a Hipertensão”. Segundo um estudo clínico publicado no New England Journal of Medicine, a dieta DASH reduziu significativamente a pressão arterial em apenas duas semanas, mesmo sem redução de peso. A conclusão da análise é a de que a dieta DASH, além de seu aporte de minerais como cálcio, magnésio e potássio, também se baseia na ingestão de fibras e gorduras de boa qualidade, na baixa ingestão de gorduras saturadas/trans e na limitação de açúcares simples.

"A proposta da dieta DASH enfatiza o consumo de frutas, verduras, grãos integrais, laticínios com baixo teor de gordura, oleaginosas e leguminosas, ao mesmo tempo em que restringe o consumo de sal, doces, gorduras saturadas e carnes processadas. Tudo aquilo que já sabemos que faz bem", diz o médico nutrólogo Nataniel Viuniski, da Herbalife.

Medir a pressão é a única forma de diagnosticar essa condição. O Ministério da Saúde orienta que pessoas acima de 20 anos devem medir a pressão arterial ao menos uma vez por ano. No caso de histórico familiar, a recomendação é de que a medição seja realizada ao menos duas vezes no ano.

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