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ONGs convocam sociedade a aumentar recursos ao Brasil vulnerável

Exatamente neste momento em que mais precisa agir, Terceiro Setor está sendo fortemente atingido pela crise econômica.  Ainda dá tempo de destinar parte do Imposto de Renda devido para projetos sociais

  • Robson Melo
Publicado em 03/06/2020 às 10h00
Atualizado em 03/06/2020 às 10h00
Solidariedade
Empresas e contribuintes podem destinar parte do imposto devido a organizações sociais. Crédito: Freepik/Divulgação

O Terceiro Setor está sendo convocado a redobrar sua assistência aos mais vulneráveis. A Covid-19, claro, é a causa desta demanda urgente e inevitável. O surto do vírus já apresenta consequências econômicas e sociais severas. E, para piorar, promete deixar um incalculável e duradouro rastro da pobreza e desigualdade no Espírito Santo e no país, pós-pandemia.

Se antes as organizações sociais atuavam com relevância para complementar, suplementar ou, até mesmo, substituir o Estado, agora o protagonismo das entidades não governamentais se tornou imperativo. O crescimento na demanda dos serviços prestados é diário e, por consequência, se faz necessário um reforço urgente no atendimento direto ao crescente número de desassistidos, bem como na mitigação dos efeitos da pandemia.

São muitos os atingidos. Crianças, jovens, adolescentes, idosos, famílias inteiras formam um “Brasil vulnerável” que, cada dia mais, depende das políticas e ações emergenciais para se protegerem do vírus e se suprirem do básico indispensável para uma vida mais digna. Desigualdade e informalidade os colocam em situação muito delicadas diante da pandemia. Sofrimento que pode ser minimizado com a presença do Terceiro Setor, com suas entidades assistenciais, promocionais e de defesa de direitos.

Mas, exatamente neste momento em que mais precisa agir, o segmento está sendo fortemente atingido pela crise econômica, com consequente e vertiginosa queda no faturamento. Entre os gestores das entidades sociais são muitas as queixas referentes às perdas enfrentadas. “100% do atendimento clínico precisou ser paralisado”; “a questão financeira caiu muito”; “perda ou enfraquecimento de vínculos”; “há um flerte com depressão e, até mesmo, suicídio”; “do primeiro trimestre, tivemos uma queda na arrecadação de 20%.”

Para questões como essas, a solidariedade, sem dúvida, é a melhor resposta. Por isso, o Terceiro Setor, consciente de seu papel nestes tempos de pandemia, está convocando voluntários, empresas, contribuintes, Estado e Municípios para aumentar os recursos destináveis ao “Brasil vulnerável”.

A Federação das Fundações e Associações do Espírito Santo (Fundaes) lembra aos capixabas que ainda dá tempo de destinarem parte do Imposto de Renda devido para projetos sociais. O prazo de entrega das declarações foi adiado para o dia 30 de junho, portanto usem esse instrumento de cidadania fiscal, consultem um contador, se necessário, e pratiquem a solidariedade. E, importante: este gesto não impacta no imposto pago.

Com o envolvimento dos capixabas destinando parte do imposto devido a entidades não governamentais e, por outro lado, com o Estado e os Municípios, inseridos aqui os executivos, legisladores e tribunais de julgamento, reduzindo a burocracia existente que atrasa o repasse dos recursos aos projetos sociais ao “Brasil vulnerável”, seguiremos socorrendo os mais desassistidos de hoje e de amanhã.

A convocação está feita: você também pode ajudar. Transforme seu imposto em solidariedade.

O autor é diretor-geral da Federação das Fundações e Associações do Espírito Santo (Fundaes)

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