Autor(a) Convidado(a)
É diretor do Centro Educacional Leonardo da Vinci

O protagonismo dos professores e a ressignificação da profissão

Ainda que não tenham sido formados nesse novo modelo de ensino, os educadores estão repensando, revisitando e atualizando suas práticas mais enraizadas

  • Mário Broetto É diretor do Centro Educacional Leonardo da Vinci
Publicado em 16/11/2021 às 14h00

As mais recentes mudanças nos pilares que regem os vários segmentos da educação brasileira trazem o estudante para a centralidade, buscando posicioná-lo cada vez mais como protagonista do seu próprio aprendizado. Nesse sentido, uma análise apressada apontaria para a conclusão de que os professores estariam perdendo relevância nas salas de aula. Mas, na verdade, o que tem mudado e para melhor, exatamente por não ser algo contraditório, é o papel que o educador tem desenvolvido junto a seus alunos, tornando-se com eles também mais protagonista da sua própria atuação profissional.

Ainda que não tenham sido formados nesse novo modelo de ensino, mais dinâmico, ativo, debatedor, fazedor, investigador, autônomo, híbrido, baseado em projetos e resolução de problemas e até gamificado, os professores de excelência, aqueles que, assim como seus alunos e junto com eles, buscam alçar novos degraus do saber, estão repensando, revisitando e atualizando suas práticas mais enraizadas, sem abrir mão de princípios e valores norteadores da boa formação integral humana.

Tal ressignificação tem dado a essa profissão até novos nomes aqui e acolá. Facilitadores, mediadores, tutores, motivadores, gestores do ambiente de aprendizagem, entre outros que poderíamos enumerar. Eles correspondem aos papéis intencionais dos professores no interagir com seus alunos.

Dividindo com humildade o protagonismo de suas salas, eles têm sensivelmente ouvido mais os aprendizes, instigado a investigação com mais perguntas que respostas prontas, construído as aulas coletivamente, estimulado o debate, transformado o aluno em fonte e multiplicador do conhecimento, aplicado a exposição de forma mais estratégica, enfim, entregado menos o “como” para tirar do grupo como recompensa uma positiva curiosidade investigativa e libertadora autonomia didática.

Tudo isso não sem dores, por não serem as mudanças tão naturais e automáticas para a constituição humana. No dia a dia é preciso um aumento constante de repertório tanto metodológico e cultural quanto tecnológico. Mas com ganhos que já encantam os que amam e trabalham por resultados consistentes.

Notadamente o aprendizado tem sido mais desafiador, afinal os alunos mudaram, bem como a forma de engajá-los, mas também mais eficiente a medida que o aluno se relaciona com ele de modo mais ativo, sendo chamado à ação, à autorresponsabilidade, à autonomia, à criação de hipóteses e ao trabalho cooperativo. E qual dentre nós professores não tem isso desde sempre como uma missão de vida? A pergunta é retórica, mas reafirmo: todos nós almejamos um ensino mais moderno e participativo que permita que o potencial dos alunos alcance voos cada vez mais altos.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

A Gazeta integra o

Saiba mais
Educação Educação Ensino

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.